Alexandre Garcia desvenda como será a mais terrível oposição contra Jair Bolsonaro
Em texto sublime e elucidativo, o jornalista Alexandre
Garcia revela que a mais terrível oposição ao novo governo não será o PT ou os
partidos de esquerda. Ela será silenciosa e virá de todos aqueles que não
querem perder privilégios, mamatas, garantias e direitos adquiridos, mas não
merecidos. Veja o texto:
Engana-se quem pensa que a oposição será o PT. Talvez seja
apenas a oposição mais evidente, mais barulhenta, mais exposta com suas ameaças.
Nisso, o PT parece que vai estar acompanhado pelo PSOL e
seus coadjuvantes do MST e MTST, e só.
Pelo que se tem visto, o PDT, o PSB, o PC do B, o PTB,
querem ficar um pouco distantes, porque perceberam o quanto as urnas revelaram
de antipetismo – e não querem também ser alvo dessa onda. Pois bem; o PT vai
fazer oposição mas certamente não será essa a resistência que mais vai dar
trabalho ao governo.
A mais forte oposição será silenciosa, sub-reptícia, forte,
eficiente, de todos os que não querem perder privilégios, mamatas, garantias,
direitos adquiridos, mas não merecidos.
É aquele pessoal convicto de que conquistou a boquinha e já
tem estabilidade nela. Gente que está tanto dentro do estado como fora dele.
São alguns poderosos, donos de parte do estado brasileiro;
são partidos, que têm seus cartórios dentro de ministérios e estatais; são os
milhares de comissionados que nunca prestaram concurso; são os que estão de
olho em suas estabilidades, aposentadorias integrais, auxílios de todos os
nomes.
São os donos dos caminhos secretos do serviço público; são os cafetões e
leões-de-chácara que vendem os prostituídos do estado brasileiro. Esses vão
fingir que aplaudem o novo governo, pois é de sua essência aplaudir, mas o que
querem é assegurar o botim.
Bolsonaro e seus auxiliares vão ter muito trabalho com essa
oposição camuflada, blindada e bem armada.
Paulo Guedes vai pegar uma pedreira com os subsídios, os
favores fiscais, os protecionismos dos bem-aventurados protegidos do estado
brasileiro.
Sérgio Moro vai descobrir sujeitos do direito por toda a
parte e poucos dispostos a cumprir antes seus deveres.
Joaquim Levy vai ter que lidar com os apadrinhados do BNDES.
Os líderes do governo na Câmara e no Senado vão penar com os
aliados que apoiam o governo mas não apoiam as medidas necessárias que venham a
ser propostas para que todos sejam iguais perante a lei, sem foros
privilegiados e sem proteção para delinquir.
Quem vê o estado inchado, nos três poderes, voltado para si
mesmo, no pedestal fora do alcance dos brasileiros comuns, com muita, muita
gente, não tem como deixar de perguntar: produz o quê? Bons serviços públicos?
Boas leis? Boa justiça? Ou tem por finalidade manter seus privilégios, servindo
a si em lugar de servir ao povo brasileiro?
Não estou inventando essas perguntas. Elas tem sido feitas
nas redes sociais e nas ruas há cinco anos, e foram se tornando cada vez mais
eloquentes, até que troaram nas urnas como um terremoto.
Há pouco, quando o Senado, mostrando como funciona essa
oposição, surpreendeu o país elevando o teto do Supremo e de todos no serviço
público, os protestos voltaram à Avenida Paulista.
Os 41 senadores que criaram o novo teto, não votaram contra
Bolsonaro, que vai ter que pagar; votaram contra os brasileiros, que realmente
pagarão.
esses é que são o alvo dessa oposição que quer manter o seu
quinhão no Brasil que deveria ser de todos.
(Texto do jornalista Alexandre Garcia, publicado no
Facebook)
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