Dinheiro público: Senado Federal a Casa da Luz Vermelha
Por Mino Pedrosa
Dois servidores do alto escalão lotados no gabinete do vice-líder do governo Bolsonaro, no Senado Federal, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), trocaram farpas e trouxeram à tona um comportamento nada republicano do parlamentar. Luciano Gomes de Lima, assessor especial de extrema confiança do senador e Rondinelly de Jesus Cabral, também assessor parlamentar, porém, preposto de Wigberto Ferreira Tartuce (O vigão), travaram um duelo que teve Izalci Lucas como conciliador na tentativa de se preservar dos maus feitos, guardados em segredo pelos subalternos. Rondinelly foi personagem em reportagens que denunciaram a grilagem de terras públicas envolvendo o empresário Vigão, proprietário da Rádio Atividade (FM 107.1), condenado por desvios de R$ 93 milhões de reais do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o mega empresário, Marcelo Perbone.
Por causa dos bloqueios judiciais de bens e movimentações financeiras, Vigão camuflou a venda de espaço na Rádio Atividade para o senador Izalci Lucas e recebe o pagamento por meio das nomeações de seu preposto, sua concubina e mais outros dois servidores (Charleston Rocha e Nyedja Cristina) que estão lotados no gabinete, mas, trabalham auxiliando no programa de Rádio Todos Pelo DF do senador na Rádio Atividade e ficam apenas com os vales-refeição e o plano de saúde. Juntos, repassam seus salários para Wigberto Tartuce como forma de pagamento do espaço na Rádio que o senador usa para se promover. Rhayanny de Freitas Cavalcante, lotada no gabinete do tucano, deve até assustar os servidores! Não pela beleza ou disparidade de idade entre o senhor e a senhora Tartuce. Mas, por ser fantasma e nunca ter dado as caras no gabinete. A exploração em Rondinelly passa por pagamentos em espécies e até passagens aéreas para São Paulo pela Latan, às 06:00hs da manhã do dia 09 de julho com fins particulares do senador Izalci Lucas e seu assessor Luciano Lima, adquiridas por meio dos bônus de milhagens de Tartuce. Como fantasma não chega a ser curioso o fato de que Rhayanny de Freitas está passeando com Vigão por Miami nos EUA a pelo menos vinte dias e postando nas redes sociais os registros das mordomias custeadas parte pelo dinheiro do erário público.
Rondinelly afirma não se preocupar em repassar o salário do gabinete para Vigão, “a minha posição no gabinete do senador como assessor especial no Senado Federal tem muito mais valor que o salário, pois, permite que eu tenha respaldo para fazer negócios com as minhas empresas”. Também disse ser controlador da vida financeira do patrão Wigberto “todo dinheiro que circula hoje nas mãos de Vigão passam por mim, que sou responsável por dar transparência e legalidade nesses recursos. Wigberto Tartuce possui os bens bloqueados pela justiça e vive de negócios escusos e mesadas organizadas pela família.
Rony, como Rondinelly é conhecido, sentiu-se prejudicado em seus negócios empresariais após seu nome ter sido publicado em matérias jornalísticas do site Quidnovibrasil.com. Luciano Lima, assessor e homem de confiança do senador Izalci, ofereceu ajuda garantindo a não repercussão das matérias cobrando dinheiro para pagar alguns blogueiros de sites renomados de Brasília evitando a propagação de notícias envolvendo o nome de Rondinelly que de pronto transferiu os recursos para a conta de Luciano Lima no banco do Brasil. Documentos mostram que foram várias transferências. Ainda segundo Rondinelly as extorsões chegaram próximas a R$ 30 mil reais. Desse valor, Luciano confessa ter recebido apenas R$ 9 mil reais em sua conta corrente: 41566-9 no Banco do Brasil na data de 14 de agosto de 2019 e justifica que na verdade foi ajuda para o Programa Papo Firme na Rádio Web Federal, apresentado por ele. Rondinelly filmou a entrega de dinheiro para o homem de confiança de Izalci, dentro do carro em um estacionamento na Vila Planalto.
Contudo, as extorsões não geraram resultados positivos e a notícias continuaram se espalhando por meio de vários veículos de comunicação. Então, Rony cobrou resultados de Luciano e pediu que intermediasse um encontro com o jornalista Mino Pedrosa, autor das matérias de denúncias. No entanto, Luciano impôs dificuldades, apesar de se dizer amigo do jornalista e continuou a sangrar financeiramente o colega de trabalho usando o nome de alguns blogueiros e do próprio autor da matéria. Luciano chegou a falar para Rony que a Polícia Federal (PF) chegaria a fazer busca e apreensão no gabinete do senador por conta de uma matéria que seria publicada contra Rony. Inconformado, Rondinelly então resolveu ir pessoalmente ao encontro do jornalista Mino Pedrosa e confessou que não aguentava mais gastar dinheiro com as extorsões de Luciano e sem obter nenhum resultado, pois, seu nome continuava nas matérias. Foi aí que o jornalista Mino Pedrosa respondeu que não sabia de história de dinheiro e exigiu uma acareação entre o senador e seus dois assessores com sua presença. Para provar as acusações Rondinelly apresentou para Mino Pedrosa as transferências, os diálogos tratando do assunto, o vídeo flagrante da entrega de dinheiro em espécie.
O senador Izalci Lucas foi contatado e refutou a acareação. Mas, chamou Rondinelly e pediu-lhe que apresentasse as provas. Segundo Rondinelly foi feita a apresentação em pelo menos três vezes, inclusive na presença do chefe de gabinete Paulo Socha. Izalci então pediu para que Rondinelly não entregasse em hipótese alguma qualquer documentação ou registro para o jornalista e garantiu que Luciano não mais faria contato com o mesmo. Izalci teve a palavra garantida por Rondinelly de que não divulgaria os documentos. Já para o jornalista o senador negava ter tido conhecimento dos documentos e pedia para que Mino Pedrosa buscasse junto a Rondinelly as provas materiais dos vários crimes. O disse me disse não para por aí! O jornalista pede para o senador que tome atitude diante da gravidade do problema envolvendo o nome do vice-líder do governo Bolsonaro. Rondinelly então confessou para o jornalista que estava impedido por Izalci de fornecer a documentação.
Os problemas com as nomeações do tucano não é novidade, os 78 servidores para atender o senador Izalci Lucas no seu gabinete e na vice-liderança do governo Bolsonaro já foram motivo de outros questionamentos pelo Movimento Brasil Livre (MBL) de Brasília. Mas, o que é muito grave nessa história rocambolesca é o fato de um Senador da República, vice-líder do governo Bolsonaro usar recursos públicos oriundos do Senado Federal para promoção de interesses particulares. Após esse imbróglio vir a baila, o senador chamou o Rony e disse-lhe que irá fazer um contrato a partir de agora em em seu próprio nome.
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