Veja como lucrar com bitcoins sem comprar a criptomoeda

 


Moedas com símbolo do bitcoin, um dos criptoativos mais conhecidos
Foto: Dmitry Demidko/Unsplash

O bitcoin subiu mais de 260% nos últimos 12 meses – uma alta meteórica –, mas possuir esse ativo envolve muitos riscos, incluindo as oscilações violentas nos preços das criptomoedas. No entanto, existem diversas maneiras de os investidores aproveitarem uma parte do boom da bitcoin sem investir diretamente nela.

Várias empresas que estão lucrando com a ascensão do bitcoin são negociadas na bolsa dos EUA, como, por exemplo, a Galaxy Digital (BRPHF), (empresa de investimento em criptomoedas dirigida pelo magnata dos bitcoins Mike Novogratz), um famoso banco de bitcoin chamado Silvergate (SI) e a empresa de mineração de bitcoin Riot Blockchain (RIOT). Investidores que querem mais exposição à bitcoin também podem comprar o famoso Grayscale Bitcoin Trust (GBTC).

Além disso, existe muita expectativa sobre uma IPO que está por vir: a da Coinbase, uma importante corretora de bitcoin, que deve abrir capital ainda neste ano. Para acrescentar, muitas outras empresas já estabelecidas, como o PayPal, estão se beneficiando da valorização da criptomoeda.

“Existem maneiras de obter exposição à bitcoin sem possui-la”, disse Daniel Polotsky, CEO e fundador da CoinFlip, um caixa eletrônico de bitcoins que permite aos usuários comprar criptomoedas com dinheiro.

É certo, contudo, que ações relacionadas à criptomoeda podem ser voláteis, apesar do aumento exponencial na demanda por bitcoins no ano passado.

No início desta semana, por exemplo, Janet Yellen – a escolhida pelo presidente Joe Biden para Secretária do Tesouro dos EUA – fez comentários céticos sobre criptomoedas e desencadeou outra liquidação. Isso ocorreu logo depois que um estrategista do Bank of America chamou a euforia sobre a bitcoin de “a mãe de todas as bolhas“. Para completar, houve histórias recentes de investidores que perderam as senhas de suas carteiras criptografadas, deixando-os sem acesso às bitcoins.

O lucro dos bancos

Ações relacionadas às bitcoins também são imprevisíveis e às vezes podem despencar até mesmo com boas notícias. Isso porque seus preços estão intimamente ligados aos preços da criptomoeda.

O Silvergate, que divulgou seus rendimentos na quarta-feira (20) após o fechamento da bolsa, despencou quase 15% na quinta (21). Isso pode ser um exagero, já que o banco notou também que os depósitos em moeda digital mais que dobraram no quarto trimestre, para US$ 5 bilhões (cerca de R$ 27,25 bilhões), ante US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 11,45 bilhões) no terceiro trimestre.

“2020 foi um ano de crescimento e expansão para nossos negócios, com o aumento do investimento em moedas digitais entre os investidores institucionais”, disse o CEO do Silvergate, Alan Lane, em um comunicado à imprensa.

Lane está se referindo ao fato de que gestores de fortunas como Paul Tudor Jones, Stanley Druckenmiller e Anthony Scaramucci aderiram à bitcoin recentemente.

O interesse de gestores conhecidos é a principal razão pela qual Mike Venuto, gerente de portfólio do ETF Amplify Transformational Data Sharing (BLOK), um fundo que investe em empresas de tecnologia de bitcoin e blockchain, é dono do Silvergate.

Detentor também do Galaxy Digital no fundo, bem como as mineradoras de bitcoin Riot Blockchain, Marathon Patent Group (MARA) e Hive Blockchain (HVBTF), Venuto disse que está buscando empresas pure-play (de operação pura, ou seja, focadas em apenas um produto ou serviço) de criptoativos, que mais se beneficiam da valorização do bitcoin.

“São empresas mais maduras e com finanças reais”, disse Venuto.

Ultimamente, os preços de suas ações têm oscilado bastante, junto com a bitcoin. Mas Venuto apelidou as mineradoras de “picaretas e machados” do setor: empresas que deveriam se sair bem, contanto que os preços da bitcoin subissem.

Seu fundo também possui grandes ações blue chips que estão se beneficiando da crescente demanda por bitcoins.

Venuto gosta da Intercontinental Exchange (ICE), controladora da Bolsa de Valores de Nova York, porque a empresa também é a proprietária majoritária da Bakkt, uma plataforma de negociação de contratos futuros em criptomoedas. A Bakkt anunciou no início deste mês que planeja abrir capital por meio de uma fusão com uma empresa de aquisição de propósito específico chamada VPC Impact Acquisition Holdings.

PayPal e Square e os criptoativos
O fundo de Venuto também investe nos gigantes de pagamento digital como Square (SQ) e PayPal (PYPL), que agora permitem aos usuários negociar bitcoins. Mark Palmer, analista da fintech BTIG, atualizou as ações do PayPal para uma posição de “compra” na quinta-feira (21), citando a recente mudança da empresa para os criptoativos como a principal motivação.

Palmer disse em um relatório que o ramo de criptomoedas do PayPal pode acrescentar mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,45 bilhões) às receitas anuais da empresa no próximo ano, e que a plataforma de pagamento “está pronta para desempenhar um papel importante na promoção da aceitação de criptoativos” por investidores e comerciantes.

A bonança da bitcoin também deve ajudar a Square e a MicroStrategy (MSTR), uma empresa de software que recentemente causou controvérsias ao dizer que estava investindo parte de seu caixa em bitcoins.

Para Hong Fang, CEO da OKCoin, uma corretora de criptomoedas, são ações que podem ser uma aposta mais interessante para investidores que não se sentem confortáveis em minerar criptomoedas. 

“Vejam a Square: muito do seu crescimento vem dos negócios de bitcoin”, disse ela. “Sendo bem sincera, a Square é agora uma ‘criptoação’”.

Essa é outra razão pela qual alguns pensam que ações relacionadas à criptomoeda podem continuar a se beneficiar. Mais gestores de grandes fortunas podem se juntar aos chamados investidores familiares e adquirir ações de empresas como a Square, PayPal e da Coinbase, após a futura IPO.

Isso torna o recente pico da bitcoin diferente da alta de mais de três anos atrás, disse Alda Leu Dennis, sócia da Initialized Capital, uma empresa de capital de risco com uma participação na Coinbase.

“O recorde de preço da bitcoin em 2017 foi mais gerado por investidores do varejo. Agora há uma adoção mais ampla da bitcoin e mais instituições estão investindo”, afirmou.

(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).



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