Montadoras pagaram propina para governo aprovar isenção de imposto
Os escândalos de corrupção parecem não ter fim nos governos do PT. Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo indicam que fabricantes de automóveis teriam desembolsado até R$ 36 milhões em troca da aprovação, em 2009, da Medida Provisória 471, que garantiu a manutenção de incentivos fiscais na ordem de R$ 1,3 bilhão ao ano.
Segundo os contratos, a MMC Automotores, subsidiária da Mitsubishi no Brasil, e o Grupo CAOA, fabricante de veículos Hyundai e revendedora da Ford, Hyundai e Subaru, teriam pago propina a um "consórcio" formado por escritórios de lobistas, que, por sua vez, entregariam o dinheiro a deputados, senadores e pessoas ligadas ao então governo Lula.
Com a aprovação da MP 471, as fábricas da Ford, na Bahia, e as plantas da CAOA e Mitsubishi, em Goiás, foram beneficiadas pela extensão, até 2015, da política de descontos no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de carros produzidos nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste.
Privilégios para os patrões
A política econômica dos governos Lula e Dilma favoreceu os patrões de forma escandalosa. Somente entre 2011 e 2015, a desoneração do IPI às montadoras custou cerca de R$ 12 bilhões ao país.
Além de deixar de cobrar das indústrias os impostos que poderiam ser destinados à melhoria dos serviços públicos, o Palácio do Planalto não exigiu sequer que fosse garantida a estabilidade no emprego aos trabalhadores. Agora, com a revelação desse novo escândalo, vemos que todo o privilégio dado pelo governo às montadoras pode ser sido, na verdade, comprado com o dinheiro imundo da corrupção.
“O Sindicato dos Metalúrgicos e a CSP-Conlutas sempre denunciaram essas isenções de impostos, que só beneficiaram os empresários. Fica claro, com este caso, que a corrupção favoreceu a transferência de recursos públicos, dinheiro de todos os brasileiros, para os bolsos dos patrões. Queremos a punição de todos os envolvidos”, afirma Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
Dilma aumentou desonerações
Uma das coordenadoras da MP 471, Dilma Rousseff era, na época, ministra da Casa Civil. Ao assumir a Presidência, a petista não só manteve a política de isenção de impostos às indústrias, como aumentou em mais de dez vezes os estímulos fiscais.
Estima-se que o governo Lula tenha dado às empresas R$ 43,5 bilhões de 2008 a 2010, em desoneração de impostos. Já Dilma deverá abrir mão de R$ 458 bilhões no período de 2011 a 2018.
“O que estamos vendo é que o governo promove este festival de isenções, beneficiando descaradamente a patronal, e depois quer que os trabalhadores paguem pela crise. Por isso, é importante nossa mobilização e a construção de uma alternativa da classe trabalhadora”, conclui Mancha.
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