À procura da “vacina” eficaz

 


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Fábio Chazyn

Já foi dada a partida para a corrida que vai escolher o novo Chefe do Poder Executivo do Brasil. Ele será, como de costume, o Chefe de Estado e ao mesmo tempo o Chefe de Governo. Em 2022, vamos renovar a carne-para-a-mídia-moer e desviar as atenções das coisas que mais importam ao cidadão.

É mais um capítulo da mesma farsa que prejudica a democracia cooptando fantoches narcisistas que só usam o poder para brincar com pífios 5% da arrecadação dos impostos, enquanto os outros 95% continuam fora do seu jogo e jugo. Para viver 4 anos de “glória”, o Chefe do Governo tem que passar o tempo todo lutando ingloriamente contra um Congresso Nacional que consegue dobrar seus joelhos simplesmente ignorando ou rejeitando a quase totalidade das suas moções.

Para parar de levar chumbo, Bolsonaro resolveu fazer “troca-troca” nos bastidores se distanciando cada vez mais do que ele falava, e a gente gostava, com cada vez menos poder para cumprir a sua missão de Chefe de Estado de proteger as nossas instituições.

Este é o resultado que os Constituintes-Congressistas de 88 queriam. No nosso Presidencialismo-de-Coalizão, o Chefe de Governo é obrigado a entregar a sua força de Chefe de Estado ao Congresso Nacional “administrado” pelos “caciques” dos mais de 35 Partidos Políticos que acomodam os donos dos “currais” do nosso enorme País.

Mas a prática vem de longe. Salvo durante os períodos dos governantes autocráticos que subjugaram o Congresso à força, tem sido assim desde que acabou a Monarquia no Brasil. Com ela foi-se também o cargo de protetor das instituições, pois como a nossa Monarquia era Parlamentarista, sua extinção resultou na ambiguidade entre o Chefe de Estado e o Chefe de Governo, deixando a Nação Brasileira sem alternativa entre a ditadura e a disputa de poder entre os Poderes. Desde a proclamação da república, a tão lembrada Democracia tem sido somente figura de retórica porque o Povo ainda não teve a chance de decidir sobre o seu destino.

A Nação, como tecido da sociedade de um País, não pode ser refém de um ditador nem vítima de um Chefe de Estado enfraquecido. Deve sim ter meios para expurgar um governante incompetente ou corrupto a qualquer momento, sem ter que passar pelo desgaste do “impeachment” do Chefe de Estado, que tenha cometido crime durante sua missão de Chefe de Governo, ou pela injustiça de esperar anos até que o Povo vote de novo para corrigir o “erro” de não ter tido alternativa.

Se vivêssemos sob um regime parlamentarista não teríamos que pagar este preço. Nele, quando o Chefe de Governo se mostra incompetente para administrar as receitas e despesas públicas, é rapidamente substituído pelo próprio Congresso Nacional que o escolheu.. No Parlamentarismo, o Poder Legislativo não pode jogar a culpa da sua incompetência no colo do Chefe de Estado, nem admitir a intromissão do Poder Judiciário na condução da sua responsabilidade de governar. A instabilidade política joga contra seus interesses e por isso procura  harmonizar a relação entre os Poderes.

Está na hora de explicar para a sociedade brasileira a lógica do círculo vicioso das brigas entre os políticos no curso da realização de seus interesses individuais  em detrimento do interesse da população. É necessário esclarecer que no Presidencialismo-de-Coalizão o presidente não consegue proteger as instituições, assim como o nosso sistema imunológico tem que proteger o nosso organismo.

Seguir com as atuais regras de poder no Brasil equivale a continuar entregando o destino da Nação aos caciques dos Partidos Políticos que corroem a Nação brasileira. Está na hora de vaciná-la contra as “espertezas” dos gananciosos impatrióticos.

É hora de esclarecer o cidadão brasileiro com uma ampla campanha de conscientização demonstrando as vantagens e desvantagens da Monarquia Parlamentarista, do Presidencialismo Parlamentarista e do Presidencialismo-de-Coalizão. 

Por que não contar para todo mundo que no início da Nação brasileira, o Rei-Chefe-de-Estado que se atrevesse a colocar seus interesses na frente dos interesses do Povo podia perder o pescoço, e a dinastia, e comparar com o que ocorre no Presidencialismo Parlamentarista em que um presidente inepto ou desonesto perde somente os direitos políticos por algum tempo. Mas, em primeiro lugar, é preciso deixar claro que o Presidencialismo-de-Coalizão não pode funcionar sem o toma-lá-dá-cá.

É hora de explicar para o Povo que cabe a ele escolher o jeito de ser governado para garantir que a democracia aconteça de verdade e evitar que ela não seja só uma retórica dos inescrupulosos do “deixa-que-eu-resolvo-o-teu-problema”.

É preciso parar com essa história de votar para escolher qual raposa vai tomar conta do galinheiro.

A vacina contra os espertalhões é a vacina que o Povo precisa de verdade!

Fabio Chazyn, engenheiro, cientista político, empresário e autor dos livros “Consumo Já! Projeto Vale-Consumo” – 2ª edição (2020) 

https://clubedeautores.com.br/livro/consumo

-ja e “O Brasil Tem Futuro? Projeto A.N.O.R. – Inteligência Artificial Coletiva” (2020)   

https://clubedeautores.com.br/livro/o-brasil-tem-futuro


https://www.alertatotal.net/2020/12/a-procura-da-vacina-eficaz.html

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