‘Me acusar de facínora é discurso de quem não tem discurso’, diz Bolsonaro sobre críticas de Doria
Ao ser questionado sobre a situação do Amazonas, presidente afirmou que ‘poderia estar participando mais ativamente’, porém foi ‘proibido pelo STF’
Por Jovem Pan
O presidente Jair Bolsonaro rebateu nesta sexta-feira, 15, as críticas feitas pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Em meio a um cenário caótico no Amazonas por causa do aumento de casos da Covid-19 e falta de leitos e insumos básicos, Doria chamou o presidente de “facínora” e pediu que a sociedade reagisse contra ele. “Me acusar de facínora e genocida é discurso de quem não tem discurso”, afirmou Bolsonaro em uma entrevista exclusiva ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan. Em sua fala, o presidente criticou, também, o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) proposto pelo governador, com a justificativa das perdas financeiras devido à pandemia da Covid-19. “Doria aumentou ICMS de quase tudo porque ajuda na pandemia e inflação, tem que ter muita coragem para falar uma besteira como essa. Ele pega tudo de ruim que acontece e coloca no meu colo, mas não diz que o STF fez um equívoco ao tirar a responsabilidade do governo federal [em relação as medidas sobre o novo coronavírus]”, continuou Bolsonaro.
Ao ser questionado sobre a situação do Amazonas, o presidente argumentou que “poderia estar participando mais ativamente”, porém foi “proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF)“, que definiu que as prerrogativas sobre como lidar com a crise da Covid-19 seriam dos estados e municípios. Segundo ele, os problemas “começaram a aparecer no estado” na última semana, “quando a temperatura subiu”. “Estamos fazendo o possível. O que nos surpreende é chegar lá e encontrar a saúde em uma situação muito complicada. Há seis meses, a secretária de saúde foi presa”, explicou. Ele voltou, ainda, a culpar a mídia pela “desinformação” sobre as ações do governo, com o pretexto de desgastá-lo. “Tenho que resistir. Mostrar o que é o Brasil e para onde nós estamos partindo, mas o peso que eu sofro é demais. Não estou reclamando, sabia que seria difícil. Mas estamos fazendo diferente, apesar dos problemas”, afirmou. O presidente esclareceu também que, se depender dele, o auxílio emergencial não será prorrogado em 2021. “Não podemos continuar dando auxílio emergencial para a população. Não podemos entrar no populismo, voltar com o auxílio, vai bagunçar a economia do país”, disse.
Até o momento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não aprovou nenhuma vacina contra o coronavírus no Brasil. Bolsonaro voltou a defender que a imunização não seja obrigatória e que as análises sejam feitas com muito cuidado, já que não há “comprovação científica”. Além disso, uma das preocupações do presidente é que as empresas não se responsabilizam por possíveis efeitos colaterais, o que está sendo um entrave para a aprovação dos imunizantes no país. “O que podemos oferecer hoje é o tratamento precoce. Há diferença entre uma vacina e a cloroquina, que tem comprovação científica. A vacina tem efeitos colaterais, a cloroquina não. (…) Da minha parte estou com a consciência tranquila, dou as minhas opiniões e, mesmo sendo execrado, continuo falando na ivermectina e cloroquina como forma de tratamento para a Covid-19″, defendeu.
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