Presidente da Eletrobras pede prioridade na privatização da estatal

 


“A missão foi cumprida”, afirmou nesta segunda-feira (25), em coletiva virtual, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, ao confirmar sua renúncia do cargo por motivos pessoais, anunciada no último fim de semana.

Ferreira Junior esclareceu que um dos motivos da renúncia foi considerar que as concessões para geração de energia que operam em regime de cotas são desfavoráveis não só para a União, como também para o consumidor brasileiro.

Outra razão é que ele não vê o processo de privatização da Eletrobras como prioridade no Congresso Nacional. Para o presidente, “se o assunto não for julgado rapidamente, no primeiro semestre, será difícil viabilizá-lo (a privatização) este ano”. No ano que vem, que é um ano de eleição, o projeto encontraria dificuldade ainda maior. “É uma percepção pessoal”, ressaltou.

O presidente aceitou, entretanto, o convite feito pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e continuará como membro do Conselho de Administração da companhia. Para isso, já fez solicitação ao Comitê de Ética Pública da Presidência da República. Disse que seu compromisso é fazer a transição em 45 dias para o novo chefe assumir, além de fechar o balanço de 2020.

“Tive e estou tendo a honra de conduzir o maior grupo de energia da América Latina, um dos cinco maiores do mundo”. Para Ferreira Junior, o processo de reestruturação da Eletrobras foi um dos maiores que conduziu. “A companhia tinha um conjunto de desafios elevados em sua estrutura societária”. Observou que todas as distribuidoras de energia da empresa, consideradas deficitárias, foram privatizadas até dezembro de 2018. Elas se concentravam no Norte e Nordeste do país.

O balanço de gestão apresentado por Wilson Ferreira Junior inclui a redução de dívidas das controladas, diminuição do quadro de pessoal acima de 50% por meio de programas de demissão incentivada, profissionalização dos gestores por meio de processo público, redução de custos de 40%, desalavancagem da empresa para menos de duas vezes e meia, que é padrão reconhecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Essa reestruturação foi reconhecida pelo mercado; as ações praticamente quintuplicaram de preço”. A Eletrobras tem hoje um plano estratégico de 15 anos que permite sua capitalização, disse o presidente, que deverá ficar no cargo até o dia 5 de março.

“É uma companhia que está hoje fadada ao sucesso, fruto de medidas de competitividade, de medidas de saneamento financeiro e de governança corporativa de classe mundial”, comentou, segundo informações da Agência Brasil.


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