Todos os brasileiros deveriam agradecer e parabenizar os ministros Toffoli e Moraes
Francisco Vieira
Mesmo que todas as pessoas minimamente informadas já soubessem – de antemão – da decadência e do tráfico de influência que se escondem sob o latim erudito e os ternos caros, essa “jabuticaba jurídica” que aconteceu no Supremo serviu para expor o miolo, o cerne e as vísceras da instituição que deveria servir para defender o justo, a “Magna Carta” e os direitos dos cidadãos brasileiros. De toda forma, foi um ponto positivo para o cidadão honesto, pois quando os bandidos perdem, o contribuinte ganha.
Além disso, dois ditados da sabedoria popular podem ser usados para expressar o que aconteceu lá na Suprema Corte: “Há males que vêm para o bem” e “Deus usa até mesmo o diabo para fazer o trabalho dele”.
TOFFOLI E MORAES – E tudo aconteceu graças a dois ministros, aos quais deveríamos agradecer pelo que ocorreu e ainda está ocorrendo. Todos precisam dizer: “Parabéns, presidente Dias Toffoli! Muito obrigado, ministro Alexandre de Moraes!”.
Foi graças a esses dois jovens senhores que o Supremo Tribunal Engavetador de Processo de Ladrão Rico desceu mais um degrau no conceito do cidadão comum e virou piada nas reuniões, nas mesas dos bares e nos encontros feitos por estudantes de Direito e pelos verdadeiros juristas deste país.
Da mesma forma, achei curioso (para dizer o mínimo) o comportamento dos demais ministros do Supremo diante de um crime ou de uma injustiça perpetrados por alguns de seus colegas.
FOI OMISSÃO – À exceção de Marco Aurélio Mello, os demais fizeram boca de siri. Somente na quinta-feira o decano Celso de Mello e a ex-presidente Cármen Lúcia resolveram se manifestar, depois de estar mais do que comprovado o erro de Moraes/Toffoli.
Se esse comportamento omisso e criminoso se propagasse, de cima para baixo, em toda a cadeia punitiva do Estado, os brasileiros estariam perdidos. Assim, um delegado, ao ver outro delegado extorquindo um empresário, sairia de fininho após cumprimentar o “doutor” e, mesmo assim, não estaria cometendo crime algum…
OUTROS EXEMPLOS – Um agente de polícia, ao fazer uma investigação e descobrir que uma caixa eletrônico fora explodido por outro agente de polícia, simplesmente não relataria o caso e ainda convidaria o “colega” para uma ida até Portugal. De carona, claro! Afinal, quem convida, paga…
Ou um policial militar, ao ser chamado para atender uma ocorrência, descobre que o assaltante é um policial militar que trabalha no mesmo batalhão dele, então cumprimenta o colega como se nada ele tivesse feito e como se nada demais tivesse acontecido e, aproveitando a ocasião, acertam as próximas férias, entram na viatura e voltam para o quartel!
Felizmente, a ralé deste país não segue o exemplo da sua elite. Por isso, foi possível ver um catador de lixo arriscar a própria vida para salvar uma família que estava sendo fuzilada e morrer por isso, ao mesmo tempo em que é possível ver os doutores engravatados e estudados se locupletarem com recursos que deveriam estar sendo destinados às populações carentes. Este é o Brasil dos dias de hoje.
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