Investidores externos querem ‘esforços para reforçar economia’, que enfrenta ‘recessão’
Carlos Newton
A
excelente jornalista Andréia Sadi, cujo blog fica hospedado no G1 Brasília,
revela que o ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu os secretários de sua
pasta para lhes pedir que apresentem projetos de suas áreas, planejados para
aquecer a economia após a aprovação da reforma da Previdência. A curto prazo,
diz Andréia Sadi, o foco principal de Guedes são medidas que poderão estimular
o ambiente econômico, como o incentivo a saques do PIS/Pasep e do FGTS.
Caramba,
amigos! A equipe econômica está trabalhando nisso desde a campanha eleitoral,
já se passou um ano e até agora a única medida palpável para incentivar a
economia é facilitar saques do PIS/Pasep e do FGTS, uma imitação tosca da
medida determinada por Henrique Meirelles no governo Temer? ‘O que é isso,
companheiro”, diria Fernando Gabeira.
NO EXTERIOR –
Enquanto isso, outro excelente jornalista, Nelson de Sá, da Folha de S.Paulo,
aborda a repercussão da reforma da Previdência no exterior. revela que a
agência Bloomberg destacou que ainda faltam “todas as outras coisas” e daqui
para a frente “os investidores vão querer ver mais esforços para reforçar a
economia”.
Um
gráfico mostra a retirada estrangeira da Bovespa em 2019, sob o governo
Bolsonaro. Diz a Bloomberg que os investidores estrangeiros vinham “fugindo do
Brasil”, com retirada de R$ 5 bilhões da Bovespa só no primeiro semestre deste
ano. “Os recordes seguidos de alta no índice de ações são guiados em sua
maioria por investidores locais”, assinala a matéria.
Já
o jornal inglês Financial Times avaliou na sua reportagem que “a mudança é
vista como essencial para restaurar a confiança na economia do Brasil, que
enfrenta perspectiva de recessão no segundo semestre” por causa “do mergulho no
investimento e do encolhimento na produção industrial”.
E A DÍVIDA –
Lá de longe, os especialistas enxergam nossa realidade melhor do que aqui. Mas
nem a imprensa nacional nem a estrangeira tocam no ponto principal da crise
brasileira, o descontrole da dívida pública. É que a participação estrangeira é
pequena – o Brasil deve aos próprios brasileiros. Somente cerca de 6,33% da
dívida estão com bancos do exterior e outros 5,86% com investidores
estrangeiros. No total, apenas 12,19% nas mãos do pessoal lá de fora. Talvez
por isso não se preocupem muito com a disparada da dívida brasileira.
O
maior credor é o mercado financeiro. Somente os fundos de investimentos detêm
cerca de 50% do total, e os bancos nacionais estão com 27,74% da dívida.
Como
todos sabem, Bolsonaro confessa não ter a menor ideia de que como evolui a
dívida. O superministro Paulo Guedes sabe, acompanha, porém se cala e nada faz.
É um estranho procedimento. Mas quem se interessa?
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P.S. 1 – É
fundamental fazer uma auditoria da dívida, sem dar calote nos credores, mas
analisando aspectos importantes, como os juros compostos – ou juros sobre
juros, como se diz hoje em dia. A continuar essa situação, é melhor trocar a
dívida interna pela dívida externa, porque fica muito mais barato.
P.S. 2 – Os culpados pela dívida
interna gigantesca são Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma
Rousseff, porque Michel Temer tentou contê-la, mas não conseguiu, e Jair
Bolsonaro é pior ainda, porque nem sabe que a dívida existe. Acredite se
quiser. (C.N.)
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