Desertores do Exército e da polícia reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela

Grupo comandado por tenente afastado por acusação de conspiração pede a soldados do país que se rebelem contra Maduro

LIMA — Cerca de vinte ex-militares e policiais venezuelanos reunidos na capital peruana, Lima, exortaram seus colegas na venezuela a se rebelarem contra o presidente Nicolás Maduro, anunciando, por meio de um vídeo que reconhecem como mandatário legítimo do país o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó.

“A intenção de nossa mensagem é criar a consciência entre nossos colegas de armas, que ainda têm dúvidas quanto a se rebelar contra Maduro, de que eles não estão sozinhos”, afirmou por telefone à AFP o tenente José Hidalgo Azuaje, porta-voz do grupo, expulso do Exército venezuelano em 2018 após acusações de conspiração. “Queremos que entendam que somos uma organização militar para que eles possam se unir a nós na libertação. Segundo um levantamento somos mais de mil”.

Hidalgo aparece no vídeo rodeado de militares uniformizados, lendo um pronunciamento contra Maduro e expressando seu apoio a Guaidó, líder do Congresso de maioria opositora, que teve seus poderes suspensos pelo governo venezuelano.

“Fazemos um chamado a todos os integrantes da Força Armada Nacional Bolivariana. Que não permaneçam nos quartéis sendo oprimidos e utilizados por esses criminosos”, afirma o tenente na mensagem. “Hoje declaramos que não reconhecemos Nicolás Maduro como presidente da Venezuela e como comandante em chefe das Forças Armadas”.

Em documento, o grupo também afirmou que reconhece “o deputado Juan Guaidó, em sua posição de presidente da Assembleia Nacional como presidente interino da República Bolivariana da Venezuela”.

“Ordene, comandante em chefe, que nós seguiremos suas ordens”, afirma a mensagem do grupo dirigida a Guaidó e difundida pela UCI, um pequeno canal de TV digital da capital peruana.

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