A Ministra de Direitos Humanos de Bolsonaro


Nos últimos 20 anos, não houve nenhum parlamentar engajado em algum nível com questões de família, defesa da vida e da infância que não tenha consultado a opinião de Damares Alves sobre algum projeto de lei no Congresso Nacional. Mesmo sem mandato, é fato notório que sua influência lá dentro é grande faz tempo, o que ilustra toda a superficialidade da imprensa ao insistir em chamá-la apenas de “assessora do Magno Malta”. Mais uma vez, isso é coisa de jornalismo preguiçoso – ou algo pior.

Agora que Damares é ministra, naturalmente, todos os produtores de conteúdo político estão vasculhando a internet atrás de informações sobre ela. Eu quero dar minha contribuição com detalhes que – pelo menos até agora – não seriam encontradas no Google.

1) Origem

Damares tem 54 anos, cresceu no Sergipe, mas morou em várias cidades do Nordeste na juventude; de origem humilde, ela é filha de um pastor e de uma dona de casa.

2) Abuso

Quando criança, aos 6 anos de idade, foi abusada sexualmente. A violência foi tão brutal que a tornou incapaz de gerar uma criança em seu útero.

3) Crianças de rua

No final da década de 80, no Sergipe, Damares fundou o comitê estadual do Movimento Nacional Meninas e Meninos, cuja principal função era a proteção de crianças moradoras de rua. Nesse período, por diversas vezes, transformou seu próprio apartamento em lar temporário para essas crianças. Outras vezes, para entender o problema na pele, dormiu nas ruas de Aracaju ao lado delas.

4) Pescadoras

Também  no final da década de 80 atuou na defesa dos direitos  da mulheres  pescadoras e trabalhadoras do campo. Existe ainda hoje, no povoado Siririzinho, na cidade de Siriri, em Sergipe, um centro social que  recebeu, em 1987,  o seu nome: Damares Alves.

5) Adotou uma índia

Damares não tem filhos biológicos mas adotou uma indiazinha que foi salva da prática de infanticídio, comum em algumas tribos do Norte quando há o nascimento de bebês gêmeos ou com qualquer tipo de deficiência. A experiência a motivou a criar o Movimento Atini que busca no Congresso Nacional meios de proteger crianças indígenas que correm o risco de ser sacrificadas.

6) Contra o aborto

Damares foi uma das fundadoras do Movimento Brasil Sem Aborto, a entidade organizada mais influente na defesa dos nascituros no Brasil.

7) Contra a pedofilia

É palestrante reconhecida nacionalmente pelo combate à pedofilia.

8) Contra as drogas

É coordenadora do Movimento Nacional Brasil Sem Drogas.

9) Advoga de graça

Advoga voluntariamente, há 30 anos, para mulheres em situação de vulnerabilidade social e violência doméstica.

10) Flores de Aço

É coordenadora do Instituto Flores de Aço, com sede em Brasília, que milita em defesa dos direitos da mulher.

11) Mais de 300 apoios

Somadas todas as notas, a mera notícia de que seu nome era cotado para o cargo resultou em mais de 300 apoios formais de entidades sociais, profissionais de destaque e políticos.


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