Conheça a usina solar flutuante do Brasil
Já ouviu falar sobre a usina solar flutuante localizada no Brasil? Hoje vamos mostrar como ela funciona e onde está localizada, mas antes vamos entender um pouco mais sobre a utilização dessa tecnologia.
A energia solar já é bastante conhecida, principalmente aquelas adquiridas através de painéis solares e utilizadas em casas, escritórios e companhias. A usina solar flutuante funciona de maneira parecida, também requer a instalação de painéis solares, porém, ao invés desses painéis serem instalados nos telhados, eles são montados sobre as águas das represas das usinas hidrelétricas existentes. Sim, é exatamente assim!
Esse tipo de tecnologia, já é utilizada em outros países, principalmente em lagos, lagoas e estações de tratamento de águas. O objetivo de uma usina solar flutuante em alguns casos é produzir energia para o bombeamento de água que será destinada a agricultura. Mas, não se trata apenas disso, a energia produzida por esse tipo de usina também contribui para a diminuição da taxa de evaporação dos reservatórios e até para a redução da proliferação de algas, em decorrência do sombreamento.
Enquanto outros países estão explorando principalmente a superfície de lagos, lagoas e estações de tratamento de águas residuais, o Brasil vive uma situação diferente. As condições brasileiras são ainda mais favoráveis em relação as usinas solares flutuantes, isso se dá devido às grandes áreas ocupadas por represas de usinas hidroelétricas. Tanto é que já existem investimentos no setor! Um dos benefícios de se instalar uma usina solar flutuante no reservatório de uma hidrelétrica é aproveitar a linha de transmissão existente que leva a energia para as cidades.
Depois de muitas pesquisas, a hidrelétrica de Balbina, localizada em Presidente Figueiredo (AM), anunciou um projeto piloto envolvendo usinas solares flutuantes. Com capacidade para gerar 250 MW, a hidrelétrica entrega atualmente menos da metade desta energia devido às secas, e consequentemente, o baixo nível de seu reservatório. Para abastecer a população local de maneira mais satisfatória, a usina irá investir em energia solar.
A partir do projeto piloto da hidrelétrica de Balbina foram instaladas placas fotovoltaicas no lago da usina, dando inicio a primeira usina solar flutuante do Brasil, que até outubro de 2017 serão responsáveis pela produção de 5 MWp, numa área equivalente a cinco campos de futebol. A energia será suficiente para abastecer cerca de nove mil casas. O reservatório poderá ainda receber um total de 300MW em forma de usina solar flutuante, mais que dobrando a sua capacidade atual de geração de energia hídrica.
Os primeiros flutuadores da usina solar flutuante, que servem como sustentação para os painéis solares, foram produzidos em Camaçari na Bahia, e os próximos serão fabricados no Amazonas. Outro projeto bem parecido com o da hidrelétrica de Balbina deve ser anunciado na Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, por meio de uma parceria entre a concessionária de energia Eletronorte e a Chesf. As duas empresas deverão investir quase R$ 100 milhões nos dois empreendimentos, que devem começar a funcionar em janeiro de 2019.
De acordo com o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, a intenção é que o país amplie a geração de energia solar, o que pode refletir futuramente na redução da conta de luz. As usinas solares flutuantes ainda são projetos pilotos, mas com grandes possibilidades de se tornarem investimentos certeiros no que diz respeito à energia solar e renovável. Então agora você já sabe, quando ouvir falar de usina solar flutuante, trata-se de um projeto incrível que trará mudanças significativas para o Brasil e para setor de energia solar.
Um dos benefícios de se instalar os painéis solares sobre a água é que eles possívelmente irão gerar mais energia do que sobre o solo. A razão é devido ao fato de que os painéis fotovoltaicos, por serem feitos de sílicio, um material semicondutor, perdem a sua eficiência com o calor. Ou seja a contrário do que a grande maioria pensa, os painéis solares não produzem mais energia quando o dia esta muito quente. Espera-se comprovar que a evaporação da água atinja a parte de trás do painel solar e assim abaixe a sua temperatura.
Veja também: Energia Renovável no Brasil
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