“Conter a revolta”. Questão Militar pode se transformar na mais nova crise do governo Bolsonaro
Nesse sábado jornais de grande circulação publicaram notas sobre a insatisfação das “bases militares” de Bolsonaro. “Após beneficiar oficiais, governo abre negociação com militares de baixa patente“, disse o Estadão. O periódico diz que se trata de uma tentativa de conter a revolta e que “… O governo convocou uma reunião de última hora com representantes dos conhecidos como “praças”, que ameaçavam protestar com panelaços na praça dos três poderes.”
Graduados e oficiais de baixa patente na reserva ainda não se conformaram com a nova reestruturação das carreiras, que se transformou em lei em dezembro de 2019. Alegam que na verdade não houve mudança nas carreiras, que apenas percentuais de gratificações sobre os soldos, pensão militar e outros detalhes foram mudados. A reclamação maior, entre muitas, está na questão das gratificações e aumento de descontos. Muitos militares alegam que foram prejudicados e as pensionistas já demonstraram – mostrando os holerites – que tiveram decréscimo salarial, coisa que a DEFESA disse que não ia acontecer.
Militares reclamam que a DEFESA insiste em que sejam criados novos cursos de altos estudos. A desculpa seria a chamada modernização, para que o pessoal possa interagir com as novas tecnologias. O percentual desses cursos pode chegar a 73% sobre os soldos. Sargentos e oficiais na reserva que obviamente não podem mais realizar os “novos cursos”, como o de ESTADO MAIOR para suboficiais da Marinha, alegam bastaria ocorrer uma atualização nos currículos dos cursos já existentes e que a nova medida foi de propósito para deixá-los fora do aumento de salário.
Nesse sábado jornais de grande circulação publicaram notas sobre a insatisfação das “bases militares” de Bolsonaro. “Após beneficiar oficiais, governo abre negociação com militares de baixa patente“, disse o Estadão. O periódico diz que se trata de uma tentativa de conter a revolta e que “… O governo convocou uma reunião de última hora com representantes dos conhecidos como “praças”, que ameaçavam protestar com panelaços na praça dos três poderes.”
Graduados e oficiais de baixa patente na reserva ainda não se conformaram com a nova reestruturação das carreiras, que se transformou em lei em dezembro de 2019. Alegam que na verdade não houve mudança nas carreiras, que apenas percentuais de gratificações sobre os soldos, pensão militar e outros detalhes foram mudados. A reclamação maior, entre muitas, está na questão das gratificações e aumento de descontos. Muitos militares alegam que foram prejudicados e as pensionistas já demonstraram – mostrando os holerites – que tiveram decréscimo salarial, coisa que a DEFESA disse que não ia acontecer.
Militares reclamam que a DEFESA insiste em que sejam criados novos cursos de altos estudos. A desculpa seria a chamada modernização, para que o pessoal possa interagir com as novas tecnologias. O percentual desses cursos pode chegar a 73% sobre os soldos. Sargentos e oficiais na reserva que obviamente não podem mais realizar os “novos cursos”, como o de ESTADO MAIOR para suboficiais da Marinha, alegam bastaria ocorrer uma atualização nos currículos dos cursos já existentes e que a nova medida foi de propósito para deixá-los fora do aumento de salário.
Para os generais a coisa é diferente, para estes – independente de estar na reserva ou ativa – não foram criados novos cursos, mais modernos, o “percentual será integralmente aplicado sobre seus cursos, que são sempre atualizados… um general que foi pra reserva há 20 anos receberá seus 73%” disse um suboficial ouvido pela RSM.
As notas sobre o assunto circulam na Revista Sociedade Militar desde março de 2019. O cursos de altos estudos e novas gratificações, como a de representação, que a defesa fracassou em tentar incorporar aos salários dos generais na ativa e reserva, foram apelidados de penduricalhos. Na semana passada, após publicação no ESTADÃO mencionando o aumento no salário causado pelos adicionais, a imprensa toda bateu forte no governo.
Diante do desgaste o governo acabou convidado os graduados para conversar. Na reunião na Secretaria de Governo, que ocorreu nessa quinta-feira (02/07) compareceram representantes dos graduados e dois parlamentares, o senador Izalci e o deputado Vitor Hugo, ex-major. Nenhuma mudança foi prometida mas a sinalização que ficou é de que o governo estaria preocupado com o barulho que pode ser feito pelas bases eleitorais de Jair Bolsonaro. Nas redes sociais frequentadas por militares das Forças Armadas o que se comenta e que o deputado Vitor Hugo, assim como outros parlamentares ligados aos militares, tem sido hostilizado nas redes sociais e em eventos ligados às Forças Armadas.
Logo que acabou a reunião o deputado gravou um vídeo dizendo que o governo estaria revisitando a questão.
Vitor Hugo e Izalci acabam cumprindo seu papel do lado do governo e ao meso tempo dos militares porque de fato houve uma promessa de posterior negociação. Um suboficial da Força Aérea que interage com os dois parlamentares garante que não há intenção de fomentar manifestações ou movimentos mais contundentes. Diz que a porta já foi aberta e que a coisa será feita na base da negociação.
Do lado de fora do Palácio do Planalto, no momento em que ocorria a reunião, estava a conhecida Ivone Luzardo. A ativista é famosa por seus panelaços, acampamentos e mobilizações capazes de fazer tremer os generais mais estrelados das Forças Armadas. De fora do palácio Ivone gravou um vídeo comemorando a reunião e agradecendo a Deus por ter “aberto as portas do Palácio do Planalto“, para resolver as questões colocadas há vários meses.
Em tese, se isso tudo fosse no passado, as Forças Armadas poderiam tentar calar os graduados, advertindo-os quanto a externar a opinião. Mas, esse tipo de coisa não funciona mais com militares da reserva. O assunto remuneração de militares não é assunto de serviço, é assunto público, que inclusive foi discutido no Congresso Nacional. Somam-se a isso tudo os últimos manifestos assinados por oficiais de alta patente em apoio ao general Heleno, chefe da Casa Civil, que endossam a tese que diz que acabou a censura no país. Assim como qualquer cidadão os militares podem se manifestar, em grupo ou isoladamente, desde que não comentem questões relacionadas a serviço, o que vale para qualquer funcionário público com acesso a assuntos internos do governo.
Militares ouvidos comentam que Bolsonaro estaria “chutando sofá” por conta da barulheira em torno da chamada reestruturação. Em vídeo divulgado pela Revista Sociedade Militar há cerca de uma semana (VEJA) o presidente perdeu a calma diante da cobrança de um suboficial da Aeronáutica Muito estressado, Jair Bolsonaro ameaçou o graduado dizendo que então jogaria as Forças Armadas na previdência comum.
Conversamos com dois dos participantes da reunião entre Secretaria de Governo, Ministério da Defesa, parlamentares e graduados. Veja abaixo o bate papo.
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