Segunda Alegoria da Caverna
Na última semana a Humanidade assistiu a uma nova “Alegoria
da Caverna”.
A primeira, descrita por Platão em seu livro República,
trata de nossa relação com o mundo exterior e suas influências sobre nós.
Já esta segunda, a nós apresentada pelos meninos
tailandeses, diz respeito ao nosso mundo interior e nosso controle sobre ele.
Ensina-nos quatro lições.
Primeira: Serenidade
Quando as primeiras imagens do pequeno grupo, isolado muitos
metros abaixo da superfície, nos chegaram pela TV, o que mais impressionou foi
a serenidade de seus rostos infantis. Há nove dias presos, sem alimento e sem
perspectiva, eles apresentavam o semblante de quem acabara de ir brincar no
quintal de casa... Nenhuma angústia, nenhum medo. Nem mesmo o alívio por terem
sido encontrados era exagerado. Nada de gritos e choro. Apenas alegria e
gratidão misturadas placidamente naquelas expressões faciais... Sua cultura
milenarmente voltada para o autoconhecimento e a imprescindível orientação de
um professor que já foi um monge budista tornaram os dias no cativeiro natural
muito mais fáceis de suportar.
Segunda: Positividade
Os pequenos jogadores de futebol escreveram cartas a suas
famílias e nelas não havia palavras de sofrimentos e dor, apelos e lamentações.
Havia positividade. “Mamãe, papai, estou bem, não se preocupem, posso cuidar de
mim.” Ou “Diga a vovó que quero comer torresmo com molho picante quando
sair...” ou “ Não se esqueçam de organizar minha festa de aniversário” .
Não só o grupo, mas todos os envolvidos e por extensão, o mundo todo,
apresentou uma atitude positiva em face dos acontecimentos. Não houve
pensamentos de raiva, revanchismo, estrelismo. Ninguém acusando o técnico por
ter levado os meninos em passeio perigoso, ninguém questionando autoridades por
não haver um aviso de perigo a entrada da caverna. Ninguém em desespero,
questionando o destino ... O mundo todo se uniu em orações, torcida, desejos de
que o salvamento fosse um sucesso. Em nenhum momento houve pensamentos
pessimistas. O mundo, unido na certeza do final feliz!
Terceira: Cooperação
Profissionais de diversas partes do planeta foram para a
Tailândia com um só objetivo: oferecer seus conhecimentos e sua experiência
para a resolução satisfatória do problema. Não havia desejo de gloria, de
promoção pessoal. Apenas unir esforços e competências para um mesmo objetivo:
salvar aquelas 13 vidas.
Quarta: Gratidão
Havia gratidão nos olhos dos pequenos Javalis Selvagens ao
serem encontrados pelos mergulhadores ingleses. Gratidão também nas palavras de
cada tailandês, por toda a ajuda recebida e a torcida por seus meninos.
Gratidão ao professor que se doou para seus alunos, jejuando para que eles
pudessem se alimentar. E, por fim, a gratidão de todo o planeta que, ao ter
notícia do último indivíduo resgatado, emocionados, cada um agradeceu aos céus,
ao universo ou a seu Deus, conforme sua crença.
A ciência tem comprovado o poder do pensamento. Serenidade,
positividade, cooperação e gratidão. Somos feitos de energia e quando
conseguimos mantê-la positiva e em harmonia com a energia de nossos
semelhantes, podemos mover montanhas...
Esse jovem grupo de seres humanos foi instrumento do Universo
para mostrar a todos nós a nossa força. Não percamos isso. Mantenhamos nossas
energias positivas no bem, no amor, na fé e na paz. E teremos o poder de
transformar o mundo!
Luciane Madrid Cesar
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