Cadê as Provas?
Meses de investigações e julgamentos, quatrocentas páginas
de análise dos indícios, testemunhos, fotos e documentos. E ainda tem gente
gritando:
-CADÊ AS PROVAS????
E, pior, gente inteligente!
Os estudiosos explicam como imunização cognitiva. A
imunização cognitiva é um escudo que permite que as pessoas se agarrem a
valores e credos, mesmo que fatos objetivos demonstrem que eles não
correspondem à verdade.
Existem ao menos cinco fases no processo de imunização
cognitiva.
Primeira fase: isolamento. A pessoa vai eliminando de seu
convívio quem pensa diferente.
Segunda fase: redução da exposição às ideias contrárias. Só
leio argumentos com os quais concordo.
Terceira fase: conexão das crenças à emoções poderosas. “Se
você não seguir esta ideia, algo de ruim vai lhe acontecer”.
Quarta fase: associação a grupos que trabalham para
combater as ideias dos grupos contrários. Você é coxinha ou mortadela?
Quinta fase: a repetição. Cria-se um tema, um slogan que
materializa um determinado credo ou visão, que passa a ser repetido como um
mantra, numa técnica de aprendizado. “Fora Temer”… “Foi golpe”…
Os especialistas em psicologia das massas sabem que nossas
mentes evoluíram muito mais para proteger nossos credos do que para avaliar o
que é verdade e o que é mentira. E aí, meu caro, minha cara, não adianta
argumentar, mostrar o vídeo, o recibo, o cheque, a foto, o testemunho do
caseiro, a ordem da transportadora, o grampo telefônico, a mala de dinheiro… O
imunizado cognitivo está vacinado contra fatos objetivos. Para ela ou ele,
argumentos lógicos não têm relevância.
Entrou no terreno da fé. E como disse Carlos Drummond de
Andrade: A fé dispensa o raciocínio.
Ouça um bom conselho, que lhe dou de graça: pare de perder
tempo com os imunizados cognitivos.
Autor: Luciano Pires
Comentários
Postar um comentário