Lendo a resposta do Ministro da Defesa ao Senador Izalci, não tive como deixar de lembrar do personagem "ROLANDO LERO", da Escolinha do Professor Raimundo.
Não é demais lembrar que em Audiência Pública durante a tramitação do PL 1.645/2019, o Ministro disse que o Curso de Altos Estudos estava disponível para todos os Graduados, que só não fez quem não quis. Faltou com a verdade.
Agora, no Ofício resposta ao Senador Izalci, diz que: "os Cursos de Altos Estudos são focados em formar Oficiais de Estado Maior e o assessor de alto nível para o Alto Escalão, além de forjar lideres e chefes militares". E prossegue, dizendo que o Exército saiu na frente, em 2013, criando para os Graduados, o Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais (CHAQAO), que foi enquadrado como Altos Estudos. Complementa informando que a Marinha do Brasil e a Força Aérea, seguindo o exemplo do Exercito, criaram os Cursos de Altos Estudos para as Praças em 2019.
O Ministro deixa claro na sua explicação, que o Curso no Exército prepara a Praça para o ingresso no Oficialato Auxiliar, objetivo diverso da finalidade eleita pela Marinha e pela Aeronáutica.
Todos sabem que o ingresso no Oficialato Auxiliar da FAB é através de Concurso. Então o exemplo do Exército não foi seguido.
E outra coisa. Uma parcela expressiva dos Suboficiais que fizeram o Curso de Altos Estudos na FAB, o CEAG, no final de 2019, foram para a Reserva nos primeiros meses de 2020.
Na verdade o Ministro tenta explicar o inexplicável.
É inegável que o Ministério da Defesa, através do Projeto n° 1.645/2019 buscou aumentar a remuneração dos Generais, que estavam chateados, como bem disse o Ministro Paulo Guedes, na Audiência Pública. - Não tem peneira que tampe esse sol.
Desnecessário seria ainda, no bojo das explicações ao Senador Izalci, o Ministro da Defesa tentar desmerecer os Graduados da Marinha e da FAB, para enaltecer os Generais, que foram os grandes beneficiados com a Lei n° 13. 954/2019. General sempre teve valor e isso nunca deixou de ser reconhecido pelos Graduados das Forças Armadas. Se em algum momento houve desprestígio aos Generais, isso ocorreu no meio político, durante os Governos de Esquerda. Não precisava o Ministro descer ao nível deles.
Ao que parece, quando elegemos Jair Bolsonaro para Presidente da República, esperando que a "Casa dos Militares fosse posta em ordem". ERRAMOS. - E FEIO! Cheguei a pensar que um General como Ministro da Defesa arrumaria essa bagunça nas discrepâncias de condições de acesso nas carreiras, tempo de permanência nas Graduações e remuneração diferente para níveis iguais nas três Forças Armadas. ME ENGANEI.
Senhor Ministro, se os Graduados da Marinha e da FAB não foram reconhecidos anteriormente, em relação aos Graduados do Exército, isso ocorreu porque estavam mal comandados. Não porque não possuíam valor. Vale lembrar ainda, que os Graduados do Exército foram elevados a profissionais de Nivel Superior, ao contrario de seus pares na FAB e na Marinha, que permanecem como de Nível Médio, apesar da formação muito mais exigida.
E não tente Senhor Ministro, dizer que sou menos qualificado que meus pares na FAB que recentemente fizeram o Curso de Altos Estudos (CEAG). Que não possua a tal "meritocracia", que é a alegação usada para esse "racha na tropa", advindo com a Lei 13.954/2019. Não insinue que eu não estava preparado para prestar assessoramento aos Oficiais que exerceram Comandos na FAB, porque isso não é verdade. Eu sempre desempenhei essa atividade, enquanto na ativa, e mesmo após a minha transferência para a Reserva, em 2008, fui solicitado diversas vezes para prestar auxílio em alguns processos mais complexos. Também fui convidado inúmeras vezes a prestar Tarefa por Tempo Certo, tendo recusado em razão de outras atividades. Mas como bom Soldado, estou sempre a disposição. Pois já no corrente ano, prestei consultoria na minha Especialidade, para Graduados que realizaram o CEAG (Altos Estudos) no ano de 2019.
Peço encarecidamente ao Senhor Ministro que deixe de depreciar os Graduados inativos da Aeronáutica, os rotulando de despreparados para as funções que a Força necessitava e necessita. Pois a formação do Graduado da Aeronáutica sempre foi primorosa, mesmo que não reconhecida com a expedição de títulos. A Aviação Militar sempre precisou e precisará de profissionais de alto nível para desempenhar todas as etapas operacionais e administrativas. Não tente justificar as mazelas praticadas por quem deveria zelar pela boa gestão de pessoas, desmerecendo quem possui méritos.
Assinado:
DAVI DEUSDETE BEZERRA DE OLIVEIRA - Veterano da FAB.
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