Os negócios bilionários que fazem mal para saúde

 


Por Mino Pedrosa

Um negócio bilionário se alastra por todo o Brasil. Os planos de saúde abastecem campanhas políticas, mídias e corrompem até membros do judiciário. José Seripieri Júnior, vendedor de planos de saúde, tornou-se o empresário de maior potencial no mercado. Em 1997 fundou a empresa Qualicorp no ramo de planos de saúde que com a “ajuda” de políticos cresceu de forma meteórica.

O empresário de sucesso se associou a Elon Gomes de Almeida comprando um percentual das empresas Aliança Administradora e GA Consultoria. Na sociedade Elon era o responsável por fazer a ponte com políticos renomados. Porém, a justiça jogou luz nos rastros deixados por Elon que passou a ser investigado e fez uma delação que culminou na Operação Paralelo, para desvendar o repasse de verbas para campanhas políticas por meio de caixa 2. As investigações avançaram e em 21 de julho deste ano, Seripieri foi preso durante uma operação que mirava o senador José Serra (PSDB-SP), por suposto caixa 2 de R$ 5 milhões nas eleições de 2014. Para sair da cadeia, Seripieri assim como seu sócio Elon, também fez uma delação premiada que já assombra a política brasiliense e o judiciário.

No dia 28 de outubro o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB-DF), ao lado do presidente da Câmara Legislativa (CLDF), Rafael Prudente (MDB-DF), lançou um novo modelo de plano de saúde para atender os servidores do GDF. Mas, segundo os sindicatos o novo modelo implantado aumentou demasiadamente o custo para os servidores. Coincidências ou não o dono do luxuoso apartamento, atual residência de Rafael Prudente é Elon Gomes de Almeida um dos delatores. Rafael tem um contrato de aluguel do apartamento, mas, nos bastidores é sabido que o imóvel já é de fato do presidente da CLDF.

Prudente morava no Sudoeste no bloco S da SQSW 300, um luxuoso apartamento em seu nome. No entanto, se mudou para o bloco J, um tríplex, com 10 vagas de garagem, a maior e mais valiosa cobertura de Brasília que estava anunciado para venda por R$ 12 milhões de reais em nome da empresa Aliança Administradora de Benefícios de Saúde S/A de Elon.

Curioso é que na solenidade presidida pelo governador Ibaneis e o presidente da CLDF Rafael Prudente, estavam bem a frente os sócios: Siloe João de Almeida Júnior e Edgar Acosta Júnior, ambos proprietários da empresa CTESK – Administradora de Benefícios de Saúde Ltda, sendo que o primeiro é genro de Elon. A CTESK foi criada por Elon e colocada em nome de seu genro e do seu fiel escudeiro ex Qualicorp, para driblar a quarentena imposta na cláusula do contrato de venda da Aliança para a Qualicorp. Vale lembrar que o lançamento do plano privado para os servidores do GDF passa pela aprovação da CLDF que tem Rafael Prudente como presidente.

Outra figura carimbada nesse imbróglio de assistência e saúde é João Kennedy Braga que opera na área com 16 empresas sendo ponta de lança do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o cacique do MDB governador do DF Ibaneis Rocha. Kennedy explorava sangrando os cofres do GEAP com pelo menos quatro empresas, entre elas a Ampla. As investigações do Ministério Público (MP) e os processos que tramitam na justiça revelam Kennedy como sendo um lobista, representante de alguns políticos sendo o chamado “laranja”.

O lobista mantinha uma sala com secretária, dentro da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) ao lado do gabinete do ex-secretário de saúde, Francisco Araújo, preso na Operação Falso Negativo. Pasmem, Kennedy não possuía nenhum vínculo com o GDF. O governador resolveu desengavetar um projeto que há décadas estava para ser executado que é: o uso de plano de saúde privado para os servidores. Diante disso, Kennedy decidiu investir R$ 34 milhões comprando uma empresa de plano de saúde de porte pequeno para transformá-la em uma gigante usando os caminhos determinado pelos padrinhos.

Luciana Rodrigues gerente do Saúde Sim

Kennedy Braga comprou dos médicos Rapahel Coelho da Silva e Ernesto Misael Cintra Osterne,  a empresa conhecida no DF por Saúde Sim, especializada em atender a população de baixa renda e manteve Luciana Rodrigues que já atuava no GEAP para gerenciar o Saúde Sim, já que como proprietário laranja o lobista não pode se expor. Procurados pela reportagem os ex donos do Saúde Sim se esquivaram e alegaram sigilo na venda da empresa: “a venda está sob sigilo e eu não vou me pronunciar sobre esse assunto” disse Ernesto Cintra. O MP vem investigando as ações de João Kennedy Braga também no Ministério da Saúde onde o senador Ciro Nogueira apadrinhava o secretário executivo e dono da caneta.

O projeto de assistência à saúde dos servidores do GDF lançado no final de outubro pelo governador Ibaneis Rocha parece estar indo por água abaixo, mas, um plano B já está sendo providenciado e deve ser formatado numa ação entre amigos.



https://quidnovibrasil.com/fenix-do-planalto/2020/os-negocios-bilionarios-que-fazem-mal-para-saude/

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