Carta de um Graduado ...

Excelentíssimos senhores Oficias Generais das Forças Armadas, servi por longo tempo as fileiras e estive por algumas vezes em missões reais, aprendi o espírito de corpo, a liderança e a lealdade, aprendi também que somos forjados e organizados pela hierarquia e a disciplina. 

Mas me perdoem sempre quando liderei frações nunca deixei ninguém para trás, sempre fui o primeiro a chegar e o último a sair, segui o que me ensinaram a ir pelo exemplo pois a palavra move mas o exemplo arrasta. Nunca deixei meus subordinados para trás pois sou pai de família e como cita Sun Tzu, "trate seus subordinados como filhos e eles o seguirão, trate seus subordinados como filhos queridos e eles irão até o inferno", e como pai de família não teria coragem de olhar para minha esposa e filhos se perdesse a moral  e alealdade perante meus subordinados. 

Hoje tive a oportunidade de ler a nota publicada pelo MD, e com sinceridade, me perdoem o que li não condiz com a realidade nem com a história de nossas forças armadas. Sou brasileiro patriota e pela minha nação e meus subordinados dou minha vida, mas o que vejo do exemplo dos senhores não retrata o que se espera de líderes, peço ao bom Deus que nos livre de um combate real tendo-os como chefes, sim chefes pois me perdoem mais uma vez não posso chamá-los de líderes. 

Sou fiel a carta testamento de Tamandaré e aos exemplos mesmo que aristocráticos de Caxias, mas ver o nível a que chegamos como militares que representam as invictas forças armadas brasileiras, me faz pensar que nós Graduados, em especial os soldados, cabos e sargentos são carne de canhão. Pergunto com todo respeito a Vossas Excelências se em algum momento pensaram, quando da elaboração da PL 1645, naqueles que movem, que são o braço mecânico as peças de manobra de nossas forças armadas? Gostaria de no fundo de minha alma dizer que irei para o combate com os senhores, mas infelizmente, seus exemplos não expiram minha alma de guerreiro. 

O futuro não será fácil, hoje após 30 anos de serviços prestados e com muitos estudos,  sacrifícios, cursos e medalhas, que pela PL não são mérito, fico pensando em como estarei quando por força de sequelas deixas dos citados serviços, minha carcaça necessitar de fraldas e cuidados especiais como vou reagir, mas lembro aos senhores que mesmo sendo deixado para trás no campo de batalha, não irei esmorecer, perecerei com orgulho e altivez, pois servi ao Brasil e as Forças Armadas Brasileiras e não a interesses pessoais de alguns chefes que não traduzem a nobre história dos militares brasileiros. Boa noite Adsumus. Brasil acima de tudo... 

Lembrem-se Brasil acima de tudo e não meus interesses. O soldado sofre mas não esquece, sobreviveremos e o futuro é assim como a guerra de manobra e o campo de batalha, tudo é incerto. Que o bom Deus olhe por nós e que o rumo que hora os senhores escolhem como política de Estado não torne nossas forças armadas invictas em sucatas onde o soldado  seja mera peça que sirva a seus interesses. Mais uma vez me perdoem, mas precisava desabafar em nome da ética, do pundonor militar, da lealdade e pela liderança.

Lembro a Vossas Excelências que não sou político, sou SOLDADO e não servirei a interesses escusos, servirei sempre a algo muito maior o BRASIL e  a DEUS.


SO-RM1-MA ERNESTO

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