“todos nós somos iguais” PL-1645 – Carta de suboficial do Quadro Feminino da FAB deixa claro que insatisfação é geral entre graduados mais antigos

Penso que todo Suboficial deve receber um salário igual, independente da especialidade ou Força à qual serve.
Eu entrei como sargento enfermeira na 1a Turma do Corpo Feminino da FAB. Ficamos na Escola (CIGAR-BH, atual CIAAR-LS) apenas um semestre, porque já tínhamos o curso de 2° grau e o curso técnico exigido, bastava, portanto, a adaptação militar. E isso, graças à nossa competência e dedicação, conseguimos com sucesso, abrindo portas para as demais mulheres, inclusive de outras Forças.
Sou também advogada, pedagoga, educadora física, Guia Nacional de Turismo etc. E na FAB fiz todos os cursos possíveis, relacionados à enfermagem e à instrução. Sou uma Suboficial considerada “Bombril” (mil e uma utilidades).
Fiz o curso de Escalador Militar (Montanha) do Exército Brasileiro, Cursos de prevenção e combate a incêndios florestais e prediais com os Bombeiros de MG, Curso de Resgate da Cruz Vermelha, Curso de Emergências Aeronáuticas, Cursos de Padronização de Monitores, Instrutores e Técnicas de ensino, etc. Tornei-me instrutora de todas as turmas subsequentes da FAB, inclusive de oficiais.
Enfermagem é uma especialidade que “rala” demais! Além dos altos riscos e responsabilidade da profissão, das várias e diversas escalas de um hospital (plantões, sobreaviso, transporte de pacientes, comissões, cursos, etc), o militar enfermeiro ainda concorre às escalas do quartel (formaturas, comissões de seleção, concursos, treinamentos, voos, eventos sociais, solenidades, testes físicos, etc).
No Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS), depois de 20 anos trabalhando no hospital e ministrando instrução no Parque e em outras Organizações, fui convidada e assumi, com muito orgulho e satisfação a função de subcomandante da Companhia de Infantaria, tornando-me a primeira mulher a ocupar uma função assim nas Forças Armadas. Coroei minha carreira com esse honroso cargo. Sempre fui muito vibradora!
E, por último, trabalhei como encarregada da Seção de Cursos, Treinamentos e estágios do PAMA-LS.
Fazia palestra anualmente na Escola de Especialistas da Aeronáutica, a EEAR, e coordenava cursos de Mecânica geral das Aeronaves T-25 Universal, T-27 Tucano, A-29 Super Tucano e C-98 Caravan, na Academia da Força Aérea em Pirassununga, Base Aérea de Manaus, Base Aérea de Santa Cruz e Base Aérea de Natal. Ficava fora de casa em média 25 dias úteis para cada missão dessa. Perdi muitos aniversários e outras datas especiais de meus três filhos e demais familiares. E não recebia diárias. Era comissionamento. Posso afirmar que não me arrependo dessa sagrada profissão que abracei.
Amo a FAB! Meu sangue, minha pele e meu corpo são azuis.
Respeito e tiro minha cobertura para os irmãos de farda de todas as Forças. Mas, repito: considero que todos nós somos iguais e já que temos as mesmas obrigações, merecemos os mesmos direitos.
Estamos juntos em mais essa luta!
Suboficial Ref Beatriz. 
Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa, MG. PAMA-LS.
Força Aérea BRASIL!

https://www.sociedademilitar.com.br/wp/2019/07/todos-nos-somos-iguais-esclarecedora-carta-de-suboficial-do-quadro-feminino-da-fab.html

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