31 de março
O fato é tanto mais inusitado quando se considera que os
comunistas estavam fortemente encravados na administração federal, que o
presidente da República apoiava ostensivamente a rebelião esquerdista no
Exército e que em janeiro daquele ano Luís Carlos Prestes, após relatar à alta
liderança soviética o estado de coisas no Brasil, voltara de Moscou com
autorização para desencadear – por fim! – a guerra civil no campo. Mais ainda,
a extrema direita civil, chefiada pelos governadores Adhemar de Barros, de São Paulo,
e Carlos Lacerda, da Guanabara, tinha montado um imenso esquema paramilitar
mais ou menos clandestino, que totalizava não menos de 30 mil homens armados de
helicópteros, bazucas e metralhadoras e dispostos a opor à ousadia comunista
uma reação violenta. Tudo estava, enfim, preparado para um formidável banho de
sangue.
Na noite de 31 de março para 1o. de abril, uma mobilização
militar meio improvisada bloqueou as ruas, pôs a liderança esquerdista para
correr e instaurou um novo regime num país de dimensões continentais – sem que
houvesse, na gigantesca operação, mais que duas vítimas: um estudante baleado
na perna acidentalmente por um colega e o líder comunista Gregório Bezerra,
severamente maltratado por um grupo de soldados no Recife. As lideranças esquerdistas,
que até a véspera se gabavam de seu respaldo militar, fugiram em debandada para
dentro das embaixadas, enquanto a extrema-direita civil, que acreditava ter
chegado sua vez de mandar no país, foi cuidadosamente imobilizada pelo governo
militar e acabou por desaparecer do cenário político.
Qualquer pessoa no pleno uso da razão percebe que houve aí
um fenômeno estranhíssimo, que requer investigação. No entanto, a bibliografia
sobre o período, sendo de natureza predominantemente revanchista e incriminatória,
acaba por dissolver a originalidade do episódio numa sopa reducionista onde
tudo se resume aos lugares-comuns da "violência" e da
"repressão", incumbidos de caracterizar magicamente uma etapa da
história onde o sangue e a maldade apareceram bem menos do que seria normal
esperar naquelas circunstâncias.
Os trezentos esquerdistas mortos após o endurecimento
repressivo com que os militares responderam à reação terrorista da esquerda, em
1968, representam uma taxa de violência bem modesta para um país que
ultrapassava a centena de milhões de habitantes, principalmente quando
comparada aos 17 mil dissidentes assassinados pelo regime cubano numa população
quinze vezes menor. Com mais nitidez ainda, na nossa escala demográfica, os
dois mil prisioneiros políticos que chegaram a habitar os nossos cárceres foram
rigorosamente um nada, em comparação com os cem mil que abarrotavam as cadeias
daquela ilhota do Caribe.
E é ridículo supor que, na época, a alternativa ao
golpe militar fosse a normalidade democrática. Essa alternativa simplesmente
não existia: a revolução destinada a implantar aqui um regime de tipo fidelista
com o apoio do governo soviético e da Conferência Tricontinental de Havana já
ia bem adiantada. Longe de se caracterizar pela crueldade repressiva, a
resposta militar brasileira, seja em comparação com os demais golpes de direita
na América Latina seja com a repressão cubana, se destacou pela brandura de sua
conduta e por sua habilidade de contornar com o mínimo de violência uma das
situações mais explosivas já verificadas na história deste continente.
No entanto, a historiografia oficial – repetida ad nauseam
pelos livros didáticos, pela TV e pelos jornais – consagrou uma visão invertida
e caricatural dos acontecimentos, enfatizando até à demência os feitos
singulares de violência e omitindo sistematicamente os números comparativos que
mostrariam – sem abrandar, é claro, a sua feiúra moral – a sua perfeita
inocuidade histórica.
Por uma coincidência das mais irônicas, foi a própria
brandura do governo militar que permitiu a entronização da mentira esquerdista
como história oficial. Inutilizada para qualquer ação armada, a esquerda se
refugiou nas universidades, nos jornais e no movimento editorial, instalando aí
sua principal trincheira.
O governo, influenciado pela teoria golberiniana da
"panela de pressão", que afirmava a necessidade de uma válvula de
escape para o ressentimento esquerdista, jamais fez o mínimo esforço para desafiar
a hegemonia da esquerda nos meios intelectuais, considerados militarmente
inofensivos numa época em que o governo ainda não tomara conhecimento da
estratégia gramsciana e não imaginava ações esquerdistas senão de natureza
inssurrecional, leninista. Deixados à vontade no seu feudo intelectual, os
derrotados de 1964 obtiveram assim uma vingança literária, monopolizando a
indústria das interpretações do fato consumado.
E, quando a ditadura se desfez
por mero cansaço, a esquerda, intoxicada de Gramsci, já tinha tomado
consciência das vantagens políticas da hegemonia cultural, e apegou-se com
redobrada sanha ao seu monopólio do passado histórico. É por isso que a
literatura sobre o regime militar, em vez de se tornar mais serena e objetiva
com a passagem dos anos, tanto mais assume o tom de polêmica e denúncia quanto
mais os fatos se tornam distantes e os personagens desaparecem nas brumas do
tempo.
Mais irônico ainda é que o ódio não se atenue nem mesmo hoje
em dia, quando a esquerda, levada pelas mudanças do cenário mundial, já vem se
transformando rapidamente naquilo mesmo que os militares brasileiros desejavam
que ela fosse: uma esquerda socialdemocrática parlamentar, à européia,
desprovida de ambições revolucionárias de estilo cubano. O discurso da esquerda
atual coincide, em gênero, número e grau, com o tipo de oposição que, na época,
era não somente consentido como incentivado pelos militares, que viam na
militância socialdemocrática uma alternativa saudável para a violência
revolucionária.
Durante toda a história da esquerda mundial, os comunistas
votaram a seus concorrentes, os socialdemocratas, um ódio muito mais profundo
do que aos liberais e capitalistas. Mas o tempo deu ao "renegado
Kautsky" a vitória sobre a truculência leninista. E, se os nossos militares
tudo fizeram justamente para apressar essa vitória, por que continuar a
considerá-los fantasmas de um passado tenebroso, em vez de reconhecer neles os
precursores de um tempo que é melhor para todos, inclusive para as esquerdas?
Para completar, muita gente na própria esquerda já admitiu
não apenas o caráter maligno e suicidário da reação guerrilheira, mas a
contribuição positiva do regime militar à consolidação de uma economia voltada
predominantemente para o mercado interno – uma condição básica da soberania
nacional. Tendo em vista o preço modesto que esta nação pagou, em vidas
humanas, para a eliminação daquele mal e a conquista deste bem, não estaria na
hora de repensar a Revolução de 1964 e remover a pesada crosta de slogans
pejorativos que ainda encobre a sua realidade histórica?
ABAIXO SEGUE MAIS ARTIGOS COM LINKS PARA VÍDEO E ÁUDIO E
OUTROS ARTIGOS PARA TODOS SE INFORMAREM MELHOR SOBRE ESSE PERÍODO MUITO POUCO
ESCLARECIDO DA NOSSA HISTÓRIA.
A IMPRENSA E AS UNIVERSIDADES, E A MÍDIA COMO UM TODO, BEM
COMO O MERCADO EDITORIAL ESTÃO INFILTRADOS E SOB CONTROLE DOS AGENTES DOS
PARTIDOS SOCIALISTAS DESDE A ÉPOCA DO REGIME MILITAR, E A CADA ANO QUE PASSA
TOMAM CADA VEZ MAIS CONTA DE TUDO, TORNARNDO A VERDADE INACESSÍVEL AOS JOVENS
BRASILEIROS.
ELES TRANSMITEM SOMENTE A VISÃO SOCIALISTA DELES, CONFORME
SEUS INTERESSES, E DETURPAM A HISTÓRIA, SE FAZENDO DE VÍTIMAS.
FELIZMENTE A VERDADE AGORA PODE SER VISTA.
O QUE A ESQUERDA NÃO QUER QUE VOCÊ SAIBA
A VERDADE SOBRE O REGIME MILITAR DE 1964 A 1985
A VERDADE SOBRE O TERRORISMO NO BRASIL
AOS QUE NÃO VIVERAM A CONTRA-REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO DE
1964
ARQUIVOS DA RÁDIO VOX
Aprendam com o professor Olavo de Carvalho - TRUE OUTSPEAK
1 - Programas mais recentes (em vídeo) pelo You Tube
2 - Programas mais antigos (em áudio) pelo Blog Talk Radio
Programas do Mídia sem Máscara na TV
Essas edições foram ao ar na TV do Paraná entre final de
2004 até 2005, depois o Olavo mudou do Brasil para os Estados Unidos, e ficou
apenas o José Monir Nasser, que depois não pode mais continuar, e o programa
acabou.
Mas felizmente sobrou alguns registros, que podem ser
assistidos aqui nessa playlist deste canal no You Tube.
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