Dias Toffoli adota a estratégia de sempre, faz olhar de paisagem e não está nem aí

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Carlos Newton
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, toda vez em que toma decisões equivocadas e até ilegais, sempre adota a mesma estratégia – fica em silêncio, sem responder às críticas, fingindo-se de morto até passar a tempestade, embora continue ativo nos bastidores. Comportou-se assim quando surgiu a denúncia de que era amigo de Léo Pinheiro, presidente da OAS, e encomendara a ele a reforma gratuita do telhado de sua mansão às margens do Lago Paranoá.
Ficou calado quando essa denúncia saiu na capa da Veja, em matéria de Robson Bonin, Thiago Bronzatto e Rodrigo Rangel, em agosto de 2016, mas manobrou por baixo dos panos para que o empreiteiro não ganhasse o benefício da delação premiada e o assunto fosse sepultado.
EM SILÊNCIO – Toffoli também manteve o silêncio mais recentemente, em junho de 2018, quando conseguiu a cumplicidade dos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski para libertar o réu José Dirceu, concedendo ao amigo e ex-chefe um habeas corpus que a defesa do ex-chefe da Casa Civil de Lula sequer havia pedido.
Toffoli continuou calado no mês seguinte, julho de 2018, quando a revista digital Crusoé publicou matéria de Eduardo Barreto e Filipe Coutinho, denunciando que o ministro do Supremo recebia mesada de R$ 100 mil da atual mulher, a advogada Roberta Maria Rangel, em conta no Banco Mercantil do Brasil, operada por um servidor de seu gabinete no Supremo, e metade dessa importância (R$ 50 mil) era transferida para sua ex-mulher, Mônica Ortega.
Ele só saiu do sério e mandou censurar a Crusoé em abril deste ano, quando a revista publicou a reportagem ‘Amigo do amigo de meu pai’, que era a forma usada por Marcelo Odebrecht para citar Toffoli internamente na empreiteira. Foi dada queixa por Toffoli e o relator do inquérito criminal Alexandre de Moraes proibiu que o presidente do Supremo fosse citado. A revista Crusoé repudiou a decisão e denunciou o caso como censura.
No último dia 13, a Tribuna da Internet denunciou com exclusividade que o ministro Dias Toffoli usou o recurso do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para blindar a própria mulher, Roberta Maria Rangel, e também Guiomar Feitosa, que é mulher de Gilmar Mendes. As duas são importantes advogadas em Brasília – Roberta tem escritório próprio e Guiomar é associada ao famoso jurista Sérgio Bermudes.
Seis dia depois, a revista Crusoé, em reportagem de Fábio Serapião e Mateus Coutinho confirmou a denúncia da TI, revelando que, três semanas antes da decisão de Toffoli, clientes do escritório de advocacia de Roberta Maria Rangel foram contatados para prestar esclarecimentos.
No desespero, Toffoli aproveitou o recurso de Flávio Bolsonaro e blindou todo mundo, incluindo sua mulher e também a de Gilmar Mendes. Agora, aguardam-se explicações, mas Toffoli está adotando a estratégia de sempre – o silêncio. Mas acontece que desta vez o estrago foi tão grande que jamais poderá ser esquecido.
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P.S. – Em qualquer país minimamente civilizado a decisão de Toffoli teria sido revogada e ele já estaria respondendo a inquérito. Mas estamos na Carnavália, e o máximo que pode acontecer com o presidente do Supremo é ganhar o Troféu da Piada do Ano. (C.N.)


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