Escândalo do capimunismo brasileiro: Caso Invepar

 


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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

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Depois do Mensalão, do Petrolão e de outras falcatruas que sequer ainda foram investigadas ou viraram processos, com rigor seletivo para algumas condenações e muitas impunidades, o capimunismo tupiniquim se prepara para o estouro de mais um grande escândalo. Trata-se do Caso Invepar - uma das empresas criadas na Era PT, a partir da parceria entre empreiteiras, bancos “estatais” e muita grana dos fundos de pensão.

O Ministério Público Federal já investiga denúncias na gestão da empresa, de olho no prejuízo bilionário sofrido pelos fundos Petros e Funcef. Ou seja, existe risco concreto para as aposentadorias e pensões de empregados da Petrobras e da Caixa. A Previ (do pessoal do Banco do Brasil), também sofreu perdas na diluição de participação feita no passado, aparentemente conseguiu se livrar do problema antes do agravamento.    

O Presidente Jair Bolsonaro deveria ligar o desconfiômetro e acompanhar o caso com toda atenção. Defensor da narrativa das privatizações (ou desesatizações), o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria de fazer o mesmo. A Invepar é daqueles esqueletos que a petelândia deixou no armário, mas, pelo menos até agora, o governo do “Bozo” (como eles xingam Jair) não deu sinais públicos de atenção cuidadosa e apuração rigorosa. O problema Invepar envolve gente que ocupa, atualmente, altos cargos nas “estatais” federais. Portanto, se a bomba estourar, sobra, politicamente, para Bolsonaro.

Bolsonaro deveria ficar mais esperto com tudo que envolve investimentos de fundos de pensão patrocinados por empresas estatais. O motivo principal é que a maioria dos negócios resultam nas “parcerias”, feitas na Era PT, entre grandes empreiteiras e as fundações de seguridade social. O mercado sabe que quase todos os negócios foram concebidos pela mente brilhante de José Dirceu de Oliveira e Silva. O ideólogo petralha que sobreviveu ao Mensalão e ao Petrolão, foi condenado por corrupção, ficou preso bom tempo, mas agora segue livre, leve e solto, continuaria tocando tudo, nos bastidores. Além disso, Dirceu é quem lidera a campanha aberta para derrubar Jair Bolsonaro - que deveria ficar mais ligado nos movimentos subterrâneos do “empresário-mor” da petelândia.  

O Alerta Total teve acesso a um resumão sobre tudo que precisa ser sabido por contribuintes e beneficiários dos fundos de pensão de trabalhadores de “estatais” que injetaram muito dinheiro na Invepar. O caso, que merecia uma atenção mais explícita da Secretaria de Previdência Complementar, tende a gerar ações judiciais para ressarcimento de perdas, além de arbitragens (a exemplo da movida pelos integrantes da Petros, Previ e outros em função da roubalheira que a Lava Jato comprovou na Petrobras (empresa que ainda posa de “vítima”, enquanto seus empregados ativos e inativos pagam a conta).

O caso Invepar é apenas mais uma grave aberração do corrupto Brasil Capimunista. Focado em sobreviver politicamente, via alianças nada confiáveis com os demônios do Centrão do Congresso Nacional, o Presidente Bolsonaro e seus estrategistas mais próximos, até agora, não tomaram cuidados com as pancadas que vão tomar dos operadores dos esquemas “estatais”. A tão idolatrada Lava Jato nem chegou perto da maioria das negociatas da Era Petralha, ainda em vigor, envolvendo políticos, empreiteiros e grandes bancos, usando a poupança previdenciária dos Fundos de Pensão.

Bolsonaro deveria cobrar de Paulo Guedes e do Gabinete de Segurança Institucional relatórios, com rigor científico, sobre os negócios das empresas de economia mista, nas quais a União Federal é acionista majoritária e, supostamente, controladora. A Lava Jato comprovou que é necessária uma investigação rigorosa sobre o histórico e atuação de Sociedades de Propósito Específico (SPEs) e os famosos Fundos de Investimento em Participações (FIPs). 

Uma dica: a Sete Brasil e a Invepar são as bolas da vez... Se liga, Bolsonaro… Ou vai tomar bola nas costas… A turma do Zé Dirceu está cheia de grana para acabar com você…

Breve relatório

Leia, com cuidado, as advertências sobre a Invepar - Investimentos e participações em Infraestrutura S/A, fundada no ano 2000 (ainda na Era FHC), que é uma das maiores gestoras de mobilidade urbana e infraestrutura de transportes da América Latina.    

  1. HISTÓRICO da INVEPAR

1.1 Quando a FUNCEF e a PETROS entraram na INVEPAR, em 2008, ela tinha apenas 2 acionistas: A Construtora OAS LTDA e a  BB Carteira Livre I – Fundo de Investimento em Ações (PREVI), e o Capital Social Integralizado e Subscrito de R$ 102.567.872,60 (cento e dois milhões .......).  O Fundo BB Carteira Livre  I, participava com 83% e a Construtora OAS com 17%.. Mas, os dirigentes da INVEPAR eram, em sua maioria, representantes do Grupo OAS.

Em 2008, a  INVEPAR contava com apenas DUAS Concessionárias:  A LINHA AMARELA S.A. e a CONCESSIONÁRIA LITORAL NORTE (CLN).

  1. ENTRADA DA FUNCEF e PETROS NA INVEPAR

2.1 Os primeiros aportes da FUNCEF e da PETROS foram, cada um, com R$ 400 milhões, a partir de 2009.  A FUNCEF e a PETROS ingressaram em 2008, mas começaram a aportar recursos em 2009, conforme consta no RELATÓRIO ANUAL, documento público, publicado no site dos Fundos de Pensão.

2.2 No ano de 2009, com os APORTES da FUNCEF e da PETROS, foram adquiridas mais duas concessionárias: A AUTO RAPOSO TAVARES (CART) e Metroviária Rio de Janeiro (METRORIO). Consta no Relatório ANUAL DA INVEPAR.

2.3 Depois disso, a FUNCEF e a PETROS fizeram vários aportes entre 2009 e 2012, chegando, cada um dos Fundos de Pensão a integralizar cerca de R$ 1,25 bilhão. Ou seja, os dois juntos, FUNCEF e PETROS,  integralizaram cerca de R$ 2,5 bilhões. (Fonte Relatórios Anuais de 2009 a 2012)

  1. NÃO CONSTATAÇÃO DE APORTES DA PREVI 

3.1 Não se tem notícia, no exames dos documentos públicos no site da INVEPAR, de ,  NENHUM APORTE DE RECURSOS  realizado pelo BB Carteira Livre I – Fundo de Investimento em Ações (PREVI). Apenas de DILUIÇÕES na sua participação, pois, iniciou com 83% das ações da INVEPAR em 2008, e estava com 25,5% em 2012 e 2013. Resta saber se houve irregularidades nos cálculos das “diluições” em face do não acompanhamento dos aportes da FUNCEF e PETROS.

3.2 E, por outro lado, só se tem notícia de um aporte da Construtora OAS, ou OAS PARTICIPAÇÕES S.A, que teria ocorrido em março de 2012,  quando ela aportou cerca de R$ 400 milhões, com o repasse da LAMSAC , rodovia do PERU, para a INVEPAR. Essa Rodovia no PERU foi avaliada por cerca de R$ 400 milhões, pela empresa APSIS

3.3 Nessa integralização da OAS com a LAMSAC, há indícios de irregularidades, pois, ela adquiriu ações da INVEPAR pelo valor unitário  em torno de R$ 7,50 e, no mesmo dia, a FUNCEF e a PETROS adquiriram as mesmas ações nominais sem valor nominal, pagando mais de R$ 15,00.  

4 AQUISIÇÕES DE CONCESSIONÁRIAS COM OS APORTES DA FUNCEF E PETROS

4.1 Ocorre que, com os aportes da FUNCEF e da PETROS, as concessionárias da HOLDING INVEPAR chegaram a ser 16 (dezesseis) até o  ano de 2014, enquanto que a HOLDING apresentou prejuízos financeiros sucessivos em todos os exercícios, e elevado endividamento, conforme informado nas  Demonstrações Financeiras publicadas no site da INVEPAR.

5 VENDA DAS CONCESSIONÁRIAS

5.1 A partir de 2016, começaram a VENDER as concessionárias que integravam a INVEPAR. Existiam 16, agora, no final de 2020,  são apenas 9 (nove), ressaltando que a LINHA AMARELA foi tomada pela Prefeitura do Rio de janeiro, ficando, na realidade 8 (oito).

A primeira concessionária vendida foi a LAMSAC, localizada no PERU, que a INVEPAR afirma em seu Relatório Anual ter vendido por R$ 4,5 bilhões, mas a empresa que comprou, a VINCI afirma ,na mídia, ter pago outro valor.

6 QUESTIONAMENTOS:

6.1) O que foi feito com o dinheiro da VENDA de 7 (sete) concessionárias da INVEPAR?

6.2) Há citações que as vendas foram para pagamento de dívidas, mas, o endividamento continua muito alto. Estava em mais de R$ 6 bilhões, em setembro/2020.

6.3) Quando a FUNCEF e a PETROS fizeram os aportes, com os recursos foram realizados INVESTIMENTOS, ou seja, adquiridas concessionárias de serviços públicos. Com a VENDA das concessionárias (DESINVESTIMENTOS) os recursos não teriam que retornar para a FUNCEF e PETROS?  

FONTES DAS PESQUISAS: 

Todos esses assuntos abordados são públicos e estão disponíveis no RELATÓRIO ANUAL da INVEPAR, no RELATÓRIO ANUAL DA FUNCEF e no RELATÓRIO ANUAL DA PETROS.  E, ainda, no FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA e no ESTATUTO DA INVEPAR, publicado no site daquela empresa.

SÃO INFORMAÇÕES PÚBLICAS. MAS, AS SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A FUNCEF e a PETROS precisam ser esclarecidas. Só a FUNCEF investiu cerca de R$ 1,25 bilhão, que atualizado soma mais de R$ 4 bilhões. Mas, o ATIVO figura no Balanço da FUNCEF por cerca de R$ 900 milhões. Isto significa DÉFICIT já consolidado, e que pode ser agravado com o ENDIVIDAMENTO e a delapidação das concessionárias da HOLDING Invepar!

Fica...

Jair Bolsonaro foi convencido por Paulo Guedes e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a não detonar o presidente do Banco do Brasil, André Brandão.

Bolsonaro quis demiti-lo porque não foi avisado sobre a intenção de botar em prática um Plano de Demissão Voluntária (PDV) de 5 mil empregados do BB, além do fechamento de 361 agências ainda este ano.

O Presidente ficou mais pt da vida porque as decisões, sem ele ter sido consultado previamente, tinham o aval do Ministério da Economia…

Bonsonaro chegou a reclamar que a tratorada do Brandão era uma conspiração montada em parceria com a petelândia que tem hegemonia no BB...

Sinal de alerta…

Márcio Coimbra twittou uma informação na qual os marketeiros do Presidente deveriam ficar espertos:

“Jair Bolsonaro segue em queda livre nas redes sociais. Menções negativas ao presidente hoje bateram 64%, contra apenas 36% de citações positivas”.

“O nível de confiança registrado é de 14,6%, enquanto 18% sentem medo, 18,7% tristeza e 15,4% estão com raiva”.

Na veia, Rodrigão!

Advertência pertinente de um amigo, atento observador da realidade econômica brasileira, sobre o destino imediato do governo Jair Bolsonaro, do qual foi eleitor (como eu também):

“Preocupa-me a evolução dos problemas e a involução das soluções”.



https://www.alertatotal.net/2021/01/escandalo-do-capimunismo-brasileiro.html

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