Corruptos contratam filhos de presidente do STJ e ex-ministros para escaparem da cadeia

Ex-governador da Paraíba e irmão são casos clássicos, envolvendo magistrados das altas cortes


Os corruptos, cheios de dinheiro roubado do povo, continuam a esbanjar nosso dinheiro, mesmo presos ou procurados pela polícia. Eles contratam a peso de ouro, bancas de advocacia caríssimas.
Os casos se proliferam, como o desta quinta-feira (19), em que o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho contratou o ex-ministro do STJ, Gilson Dipp para tentar escapar da prisão. O ex-governador está foragido e na lista de procurados pela Interpol, que tenta cumprir o mandato de prisão determinado no âmbito da Operação Calvário.
Coutinho é apontado como chefe de uma organização criminosa que desviou  R$ 134 milhões da Saúde da Paraíba  em formação de quadrilha com dirigentes da Cruz Vermelha e escritórios de advocacia.
O irmão do ex-governador, Coriolano Coutinho, preso ontem, também engrossa a lista dos grandes corruptos defendidos por amigos e parentes de ministros. Ele contratou  filhos do presidente do Superior Tribunal de Justiça – STJ, João Otávio de Noronha, para tentar sair da cadeia.
As contratações de amigos e parentes de magistrafos, segundo investigações da polícia federal, nem sempre são feitas diretamente com eles. Em 2017, por exemplo, documentos vazados deram conta de  mensagens em que advogados da JBS traçavam estratégias que sugeriam negociação de sentenças em tribunais superiores. Em um dos casos relatados, o diretor jurídico do grupo, Francisco de Assis e Silva, combinava com a advogada Renata Araújo, contratada pela empresa para atuar nos processos em curso nas cortes de Brasília, os detalhes de uma proposta a ser feita a Anna Carolina Noronha, a Ninna, advogada e filha do ministro João Otávio Noronha. O ministro tinha em mãos um processo milionário de interesse do conglomerado. Nas mensagens ficava acertado que eles fariam uma proposta financeira pela ajuda de Ninna: 100.000 reais mais 1% do valor da causa se houvesse êxito. Ouvido, João Otávio Noronha, que chegou a proferir uma decisão contra o pleito da JBS, rechaçou qualquer possibilidade de parceria entre sua filha e a advogada Renata.
De um conjunto de documentos em poder do Ministério Público Federal, surgiu outra evidência de que, no mínimo, a proposta financeira foi feita à filha do ministro. Segundo a revista VEJA, na época,  um e-mail de dezembro de 2015 no qual Renata Araújo deixa claro que já havia conversado com Ninna Noronha sobre dois processos, fixa os valores que ela receberia em caso de sucesso e expõe o método que seria utilizado para manter tudo isso em segredo.
O Brasil precisa de revisão urgente de seu sistema judiciário.



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