Imagens mostram que presidente da Vale mentiu e a mina foi mesmo reativada

Resultado de imagem para imagens do rompimento da barragem de brumadinho



Quase toda a vegetação foi removida e os detritos revolvidos para serem reaproveitados

Carlos Newton
Kong Qi (ou Confúcio) foi um pensador e filósofo chinês que nasceu 551 anos antes de Cristo e deixou um legado de ética e moralidade pessoal e governamental, com procedimentos corretos, justiça e sinceridade nas relações sociais. Sua frase mais famosa – “uma imagem vale mais do que mil palavras” – acaba de se confirmar, no caso da tragédia anunciada de Brumadinho, que matou mais de 300 pessoas e estarreceu o mundo. E as imagens das câmaras de televisão da própria Vale foram fornecidas à imprensa por funcionários da empresa, revoltados com os desrespeitos às normas de segurança.

Desde sexta-feira, quando houve o rompimento das barragens dos córregos do Feijão e Jangada, o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, vem defendendo a tese de que as minas estavam desativadas desde 2015. Mas as imagens mostram que isso não era verdade.

NÃO HAVIA PERIGO – Nesta quarta-feira, republicamos aqui na Tribuna da Internet um importantíssimo artigo enviado pelo geólogo Ricardo Sales. Escrito pelo também geólogo Pedro Jacobi, o texto é ilustrado com uma foto de 28 de julho de 2018, mostrando que a barragem do córrego do Feijão estava seca, estável e sem o menor risco de ruir, porque já estava sendo coberta pela vegetação. E Jacobi perguntava: “De onde veio tanta água?”.

As imagens das câmaras da própria Vale, vazadas para a TVs  Band por funcionários da empresa, mostram que a realidade era outra na hora do rompimento, em 25 de janeiro. Do lado esquerdo da barragem, os resíduos haviam sido totalmente revolvidos, e também já não havia vegetação do lado direito, onde se nota que voltara a ser injetada água na barragem.
A VALE MENTIU – Ou seja, conforme denunciamos aqui na “Tribuna da Internet”, com absoluta exclusividade, a mineração fora reativada, a Vale estava injetando água do Córrego do Feijão para facilitar a operação de revolver os detritos, com objetivo de aproveitar as sobras de minério na atividade chamada de descomissionamento.

Isso já era sabido, mas não havia provas materiais, porque os moradores da região confirmaram que essas atividades recomeçaram bem antes de a Vale conseguir a licença para reabrir a mina, que só foi concedida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente em 11 de dezembro, quando foram feitas várias exigências que não chegaram a ser cumpridas pela empresa e o representante do Ibama advertiu que havia alto risco de rompimento da barragem, caso os rejeitos de minério fossem revolvidos para serem reaproveitados. Ou seja, era uma tragédia anunciada.

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P.S. 1 – Os engenheiros que estão presos precisam ser imediatamente soltos. Ao que parece, o laudo deles pode estar perfeito, se as barragens ainda não ofereciam riscos quando foram examinadas por eles em setembro.

P.S. 2 – Quem deveria já estar na cadeia é o presidente da Vale, que continua a mentir desavergonhadamente, ao insistir em alegar que a mina estava desativada desde 2015.
P.S. 3 – E parabéns aos funcionários da Vale que vazaram as imagens para a TV Band e a Globo. Prestaram um serviço inestimável ao país(C.N.)


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