O Gal. Villas Boas admitiu Paulo’ ter havido um momento em que quase perdeu o controle da situação no ambiente militar
O Gal. Villas Boas, neste domingo, 11/11/2018, admitiu à
‘Folha de São Paulo’ ter havido um momento em que quase perdeu o controle da
situação no ambiente militar, com possível quebra da hierarquia de comando, e
insurreição militar, às vésperas do julgamento do Habeas Corpus impetrado a
favor de Lula, junto ao STF, em abril deste ano.
Disse Villas Boas: “Eu reconheço que houve um
episódio em que nós estivemos realmente no limite, que foi aquele tuíte da
véspera da votação no Supremo da questão do Lula. Ali, nós conscientemente
trabalhamos sabendo que estávamos no limite. Mas sentimos que a coisa poderia
fugir ao nosso controle se eu não me expressasse. Porque outras pessoas,
militares da reserva e civis identificados conosco, estavam se pronunciando de
maneira mais enfática (…)”.
O que Villas Boas não disse foi que este episódio, de quase
não controlar mais a situação à frente do comando militar, foi que, de fato, de
novo, tudo quase saiu do limite e do controle na madrugada de 06 para 07 de
setembro deste ano.
Naquela madrugada alguns oficiais de alta patente, reunidos
emergencialmente com o Gal. Villas Boas no Alto Comando das Forças Armadas, já
haviam mobilizado e organizado as tropas para saírem e tomarem Brasília no dia
da Independência, pois que o copo havia transbordado com o atentado a
Bolsonaro, limitando-se eles a comunicarem a decisão ao Comandante Geral.
Este episódio, jamais desmentido, foi analisado por mim,
neste espaço, no artigo: "O atentado e a baioneta”, de 04 de outubro: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10215344138308724&set=a.1291811667413&type=3&theater¬if_t=feedback_reaction_generic¬if_id=1541417805891767.
Segui fonte militar respeitável à ocasião para escrever o
que escrevi no início de outubro de 2018, a qual me relatou o áspero e
acalorado diálogo, se é que se pode assim chamar a altercação que se desenrolou
na reunião de altos oficiais da ativa presentes na sala de comando.
À ocasião ponderava-se que, independentemente do fato de
Bolsonaro sobreviver ou não, em curso estava uma ampla manobra, dentro do STF
para libertar Lula, e com isso, interferir no resultado eleitoral, ofuscando
assim as atenções quanto ao atentado mal sucedido, escancarando as portas para
o PT de Haddad ganhar as eleições, com Bolsonaro fora de combate.
Apoiado por oficiais moderados, o Gal. Villas Boas, para
conter os ânimos acirradíssimos, não somente do pessoal da ativa, mas sobretudo
do pessoal do Clube Militar, ou seja, do oficialato da reserva, que formou
várias turmas acadêmicas militares, e que, por isso, tem eles grande ascensão
sobre a tropa, encontrou a solução de colocar um general da reserva moderado,
interlocutor, de grande prestígio entre os da ativa e da reserva, dia seguinte,
no colo do então empossado presidente do STF, Dias Toffoli.
Toffoli, àquela altura, estava plenamente ciente que, caso
houvesse resistência, ou até mesmo acusações públicas de ingerência militar no
STF, ele e os colegas sairiam de seus cargos, e de lá, quiçá para onde, dia
seguinte...
Dias Toffoli, cujo saber jurídico é inversamente
proporcional à sua esperteza política, acolheu e nomeou de “bom grado” o Gal.
Fernando Azevedo e Silva como seu “assessor especial”, e de quebra, ainda disse
à imprensa e mídia que o 31 de março de 1964 havia sido tão somente um
“movimento militar”, baixando bem o tom do petismo revanchista.
Um dos generais que seguraram no peito, com respeito,
evidente, e muita lábia, os colegas já dispostos a subirem nos tanques à frente
das tropas, foi o Gal. Heleno, que não somente apoiou a nomeação do Gal.
Azevedo e Silva para “assessorar” o STF para os ministros e ministras não
fazerem bobagens, precipitando assim a Intervenção Militar, bem como, uma vez
ciente da possibilidade de Bolsonaro sair vivo e bem do atentado engendrado e
executado pelas esquerdas, sobretudo de parte do PSOL de Boulos, ajudar a
coordenar a campanha de Bolsonaro que, uma vez vitoriosa, propiciaria o
rearranjo das nomeações militares para cargos estratégicos do novo Brasil, nos
ministérios.
Assim, de não se surpreender que o moderado Gal. Augusto
Heleno Ribeiro Pereira tenha preferido assumir o cargo de ministro da Segurança
Nacional abrindo, de forma grata, a pasta da Defesa para o “assessor especial
de Toffoli” no STF, Gal. Fernando Azevedo e Silva, o qual, ao que tudo indica,
tem perfil semelhante, enquanto inteligência superior, a um Golbery do Couto e
Silva, general, especialista em geopolítica e um dos principais teóricos da
doutrina de segurança nacional na Escola Superior de Guerra, sendo ele um dos
criadores do Serviço Nacional de Informações (SNI).
De fato, o Gal. Heleno viu longe, e enquanto ele abria
caminho, de forma diplomática, à candidatura Bolsonaro, tanto fora (mídia),
como dentro das Forças Armadas, costurando alianças sólidas com os oficiais,
seus amigos de longa data, o Gal. Fernando Azevedo e Silva segurou o golpe
urdido nos corredores e bastidores do STF, sempre determinado a manter a
barafunda do “status quo ante”, pois que, pelo visto, se preparava para soltar
Lula.
O que se avizinha para o STF, nestes dias, não é nada digno,
pois que, após incitar o Senado Federal a votar o aumento dos 16% nos salários
dos ministros, ora encontra resistência dos juízes em abrirem mão dos
penduricalhos que agregam valores aos seus salários, praticamente dobrando-os,
chagando ao Toffoli o recado que os juízes preferem ficar sem ao 16%, a terem
de abrir mão dos tantos “auxílios”, para não perderem dinheiro...
De fato, acredito que Toffoli não homologará a decisão do
Senado quanto ao aumento dos vencimentos, por esta razão, e Temer, de certo,
deverá bem pesar para não vetar totalmente a aprovação do aumento, até porque,
pelo art. 21 da Lei de Responsabilidade Fiscal, não se pode majorar despesas
para a União quando restarem 180 dias para a instalação de um novo governo
Como o aumento foi votado após este prazo, como tentativa
dos senadores, especialmente do presidente do Senado, em agradar aos ministros,
a mó de receberem tratamento diferenciado quando tiverem, por exemplo, de
homologar as suas eventuais delações premiadas, ao que parece, também esta
manobra, como gato na água, há de miar...
Paulo Emendabili Souza Barros de Carvalhosa – SP 13/11/2018
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