Jair Bolsonaro e a nova fase da República
O presidente eleito Jair Messias Bolsonaro representa o fim
do modelo político-administrativo do presidencialismo de compadrio ou coalizão.
Jair Bolsonaro deverá ter o seu modelo político-administrativo de
semiparlamentarismo. A chave desse modelo vai ser o Partido Social Liberal e os
seus satélites partidários no Congresso: PSC – PRTB – PROS e PATRI. O bloco do
Centrão e a bancada do MDB e PSDB deverão ser esvaziados no início do próximo
ano legislativo (2019).
O Partido dos Trabalhadores e os seus aliados
históricos (PC do B, PSB e PSOL) deverão ser o novo núcleo da oposição
parlamentar anti-bolsonarista. O maior líder das oposições deverá ser o senador
eleito, baiano, o ex-ministro Jacques Wagner (PT), em substituição ao
ex-presidente Lula, que vai ser jogado ao ostracismo político-eleitoral. Lula
não tem condição de ser o anti- Jair Bolsonaro, pois isso só seria benéfico ao
presidente eleito. O petismo paulista e o petismo mineiro, assim como o petismo
gaúcho foram pulverizados pelos eleitores sulistas, somente vai sobrar o
petismo nordestino (Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia), tendo como sua
maior liderança o senador Jacques Wagner, entre os lulistas nordestinos.
O ex-ministro Ciro Gomes deverá reorganizar o novo
partido de centro do espectro ideológico da política brasileiro. Ciro Gomes
deverá abrir uma negociação de diálogo, com a ala tucana do ex-governador
Geraldo Alckmin (SP), para adesão dos mesmos ao Partido Democrático Trabalhista
(PDT). A frente partidária democrática liberal (PODE-PPS-PV) deverá ter uma
aproximação estratégica no parlamento, com a bancada cirista-trabalhista, já
numa espécie de aliados informais do presidente Jair Bolsonaro, pois essas
agremiações partidárias não serão reféns ou satélites do Partido dos Trabalhadores.
O novo bloco Centrão terá visão progressista liberal, em detrimento ao
fisiologismo do antigo bloco de Centrão da Era Lula-Dilma-Temer
(2003-2018).
O novo núcleo político ou elite governamental do
Palácio do Planalto não deverá seguir o manual administrativo do ex-presidente
Fernando Henrique (PSDB) e do ex-presidente Lula (PT), que foi repudiado pela
opinião pública e pelos eleitores nas urnas das eleições 2018. O presidente
Jair Bolsonaro (PSL) não vai alimentar os sobreviventes eleitorais das elites
fisiológicas da política brasileira. Jair Bolsonaro deverá investir em novas
lideranças do Movimento Cívico Popular Conservador através do seu partido:
Partido Social Liberal.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político
Fortaleza, 01 de novembro de 2018
https://luizclaudioferreirabarbosa.blogspot.com/2018/11/jair-bolsonaro-e-nova-fase-da-republica.html
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