Terminar a faxina (SACHA CALMON)
O que aconteceu em 7 de outubro tornou-se notícia mundo
afora. Pela primeira vez, um candidato francamente liberal, a favor da livre
iniciativa e da família, como “célula mater” das sociedades politicamente
organizadas, deu uma surra no “populismo sul-americano”, a viver de explorar a
boa-fé das camadas mais pobres da população. Na verdade, não foi uma eleição,
mas um plebiscito em dois turnos. O primeiro já ganhamos, falta o segundo…
O capitão Bolsonaro fez um slogan de campanha bem-feito:
“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” (fé em Deus, contra quem ninguém
fica e patriotas todos somos). De fato, é disso que se trata. O PT é
filo-comunista, se coça junto com Fidel Castro em Cuba e Maduro na Venezuela.
Não existe isso que a criptocomunista Miriam Leitão chama de Haddad “deslizar”
para o “centro” (o centro é MDB, PP, PL, PSDB, et caterva). O PT é esquerdista,
populista, demagogo. Se “deslizar”, deixa de ser PT, minha cara jornalista
“cara de pau”, que mal disfarçou sua decepção nos comentários sobre as eleições
gerais. Estou a falar obviamente do primeiro turno.
O capitão é arguto. Diziam que estaria a pé no Parlamento.
Pois bem, só o PSL fez mais de 50 deputados sozinho. Sem falar na ala dos
deputados evangélicos, a da bala e da bancada do agronegócio, fechadas com o
futuro presidente. O capitão – honesto por formação e dedicado por profissão –
tomará posse, já com maioria de 380 deputados e 46 senadores. O Brasil, livre
dos “socialistas” petistas, iniciará um novo ciclo de investimentos e haverá
emprego e renda. Investidores nacionais e estrangeiros estavam apenas esperando
a queda do PT para iniciar e ampliar negócios no Brasil, ora sétima, ora oitava
economia do mundo (que conta com mais de 210 nações).
Com Bolsonaro, vamos alcançar a maioridade política e
econômica: educação básica para todos, capitalismo, competição e atração de
capitais externos, sem xenofobia, sem falar nas privatizações de empresas
estatais deficitárias (são muitas, umas 146 como a do Trem-Bala Rio-SP, com 180
funcionários, certamente petistas, que recebem para nada fazer). Hoje, apesar
da alta carga tributária, apenas 5% sobra para aplicação discricionária. Temos
que vender as estatais e fazer dinheiro para acudir os investimentos, além de
reformar a Previdência. Funcionário público tem que se aposentar como qualquer
trabalhador. Bolsonaro vai fazê-la.
O que precisamos compreender é ser o PT um partido contra o
capitalismo, é socialista e participa de eleições democráticas porque não tem
outro jeito. Caso tentasse um golpe como na Venezuela e Cuba, seria deposto
pelas Forças Armadas. Sua natureza é perversa, a começar pelo nome Partido dos
Trabalhadores, com suposta exclusão de quem não o seja. É excludente e egoísta
desde sua fundação, como o próprio nome indica. É mesmo um partido, ou seja,
“representaria” os trabalhadores e mais ninguém. Mas sua história é horrível,
manchada de saques (mensalão, petrolão etc.) e de mortes (a de Celso Daniel,
Toninho de Campinas, os seis ou oito garçons que assistiram a discussão
anterior à morte de Celso, a tentativa de homicídio de Bolsonaro e assim por
diante).
Essas eleições foram as melhores dos últimos tempos. Não
ficamos no “chove, mas não molha” e partimos para uma definição histórica. É
imperioso em um capitalismo, contratual, globalizado, em que até a Rússia e a
China deixaram de lado o socialismo acabar com essa conversa mole do PT e sua
luta de classes, em que supostamente representa os “pobres”. Devemos ter ódio
da hipocrisia e não condescender com o PT. Haddad nunca mais (Lula haverá de
continuar preso, como decidiu o Poder Judiciário). Uma nova era abre-se para o
Brasil.
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