A incrível riqueza do pré-sal e o boicote da grande mídia à Petrobras
Carlos Newton
Publicamos
nesta segunda-feira a primeira parte do artigo do economista Cláudio da Costa
Oliveira, considerado um dos maiores especialistas na Política do Petróleo, em
que abordou o boicote da grande mídia brasileira em relação a notícias
positivas acerca do desempenho da Petrobras, visando a enfraquecê-la e
privatizá-la.
O
fato concreto é que a grande mídia, capitaneada pela Organização Globo,
está escondendo dos brasileiros a realidade sobre a Petrobras, cuja potencial
de crescimento da produção é o maior no mundo. A previsão é de que em 2026 a
produção brasileira já seja superior a 5 milhões de barris/dia. Só o supercampo
gigante de Búzios estará produzindo mais de 2,4 milhões de barris/dia. O Brasil
então passará a ser grande exportador, podendo colocar no mercado mais de 2
milhões de barris/dia em petróleo cru ou em derivados, se o próximo governo
tiver juízo e investir em refinarias.
Faltou
dizer que desde a gestão temerária e entreguista de Pedro Parente, a
Petrobras já vem extraindo petróleo do pré-sal a US$ 8 (barril),
encostando no valor mínimo de produção no Oriente Médio, que é de US$ 7. E
agora, com a alta do dólar no Brasil, nosso pré-sal é o petróleo mais barato do
mundo. Amanhã, vamos retomar o assunto, que é fundamental para o futuro da nação.
MÍDIA DEFENDE A PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS
Chegamos
em 2016 e os ataques à Perobras continuaram. Além dos constantes comentários de
Miriam Leitão no Bom Dia Brasil, informando que a Petrobras tinha sérios
problemas financeiros, com uma dívida impagável etc. etc., o jornalista Carlos
Aberto Sardenberg publicou um artigo divulgado em todo Brasil pelas afiliadas
do Globo com o título: “Enterrar de novo o populismo”.
Neste
artigo, Sardenberg foi primoroso, consciente de que poderia falar o que bem
entendesse, pois não haveria consequências. Sendo assim, ele informou para todo
o Brasil: “Quebraram a estatal. Vamos falar francamente: a
Petrobrás só não está em pedido de recuperação judicial porque é estatal. Todo
mundo espera que em algum momento o governo imprima algum dinheiro para
capitalizar a empresa”.
Pois bem, 2016 passou. Não houve pedido de recuperação judicial e
muito menos aporte de recursos do Tesouro. Pelo contrário, no final de 2016 a Petrobrás
adiantou R$ 20 bilhões para o BNDES, aliviando o caixa do banco, e terminou o
ano com um crédito de US$ 6 bilhões com a Eletrobras e US$ 11 bilhões a receber
de ativos vendidos em 2016, além de um caixa de US$ 22 bilhões.
FAKE NEWS DA GLOBO –
Já escrevemos e falamos muito sobre as “fake news” da Globo. Um último e
recente video da Aepet sobre o assunto com o título “A Petrobrás está quebrada:
mito ou realidade” sintetiza tudo:
Por
tudo que já foi exposto, a Rede Globo deveria ser proibida de tecer qualquer
opinião sobre a situação financeira da Petrobrás. Seus principais jornalistas
precisam ser responsabilizados pelas notícias falsas divulgadas. E a companhia
deve exigir direito de resposta judicial eesclarecer a opinião pública
brasileira. Mas existe vontade para isto? Ou motivos escusos impedem que as
verdades venham à tona?
RECURSOS SUFICIENTES –
Em 2016 analisando os resultados de 2015, o então presidente Aldemir Bendine
informou: “Temos recursos para cobrir nossos compromissos pelos próximos dois
anos”.
No
início de 2017, o então diretor financeiro Ivan Monteiro revelou a jornalistas:
“Independentemente de venda de ativos ou de captação de empréstimos, nós já
temos recursos para cobrir nossos compromissos pelos próximos 2,5 anos”.
Mas,
ainda em 2016, com a queda do governo Dilma e com Pedro Parente assumindo a
presidência da Petrobrás, o que estava muito mal ficou ainda pior. Era
evidente que Pedro Parente, com seu objetivo de entregar os ativos da empresa a
preço de banana e estabelecer uma política de preços prejudicial a população
brasileira e à Petrobras, não mostraria o futuro promissor da companhia.
DENEGRINDO A EMPRESA –
As informações de Pedro Parente foram sempre no sentido de denegrir a imagem da
empresa, para justificar a privatização. Pedro Parente e aqueles que o
apoiaram responderão na justiça por seus mal feitos. Pelos enormes prejuízos
causados à população brasileira e à Petrobrás.
Hoje
a maioria dos candidatos a Presidência da República não titubeia em dizer que a
Petrobrás passou por sérios problemas financeiros. Na realidade eles nunca se
deram ao trabalho de analisar os balanços da empresa. Eles se baseiam nas “fake
news” de Miriam e Sardenberg. É ridículo.
Dizendo-se
preocupada com o entendimento dos candidatos sobre a realidade da empresa, a
atual administração da companhia está procurando os economistas a eles ligados
com o objetivo de “levar aos presidenciáveis a mensagem de recuperação
financeira da empresa dos últimos anos”. Isto é feito através da apresentação
de “Um conjunto de métricas e estatísticas que demonstram onde a Petrobras
estava no auge da crise em 2014 e onde está atualmente”
Que
métricas são estas? Que estatísticas são estas? Por que estes dados só são
apresentados em salas fechadas e para um público não habilitado para
analisa-los?
LIQUIDEZ CORRENTE –
Em 2014 a Petrobrás tinha uma liquidez corrente de 1,6. Significa dizer que
para cada R$ 1 que a empresa tinha de pagar, ela dispunha de R$ 1,6. Neste
mesmo ano a liquidez corrente da Chevron era de 1,3 e da Exxon de 0,8. Portanto
a situação financeira da Petrobrás era muito mais confortável do que a das duas
maiores petroleiras americanas. Onde está a crise apontada pelos atuais
dirigentes da companhia?
A
Petrobrás terminou 2014 com um saldo de caixa de US$ 16,66 bilhões ao passo que
a Chevron terminou com um caixa de US$ 12,79 e a Exxon com US$ 4,65. Onde está
a crise?
Em
2014 a Petrobrás alcançou uma Geração Operacional de Caixa de US$ 26,60
bilhões, o que representava 0,15 de sua Receita Bruta. Esta mesma relação na
Exxon era de 0,11, na Shell era de 0,11 e na BP de 0,09. Como sempre a
Petrobras apresentava uma capacidade de geração de caixa superior a todas as
outras. Que crise é esta?
UMA SUPEREMPRESA –
Em 2014 a Petrobrás captou no mercado mais de US$ 15 bilhões em empréstimos,
todos com bancos de primeira linha, muitos com vencimento em 2044 (portanto 30
anos). Ou os banqueiros estavam doidos ou a empresa não atravessava por nenhuma
crise, pelo contrário, tinha grandes e rentáveis projetos.
Confirmando
tudo, em junho de 2015, ainda no governo Dilma, a Petrobrás captou US$ 2,5
bilhões junto ao Deutsch Bank Securities e o J.P. Morgan com vencimento em 2115
(100 anos).
Eles
gostam muito de falar na dívida da empresa, sempre mostrando um número isolado.
O fato é que a dívida é, e sempre foi, totalmente compatível com a Receita da
empresa, com os Investimentos feitos e com o retorno esperado dos projetos. É
nisto que os banqueiros se baseiam para liberar seus créditos. Mesmo hoje,
sempre que a Petrobrás vai ao mercado, se ela pede três eles oferecem dez, se
ela pede cinco eles oferecem vinte.
CRÉDITO EM ABERTO –
Os chineses abriram linhas de crédito para a Petrobrás sem exigência de
garantias (fato inusitado para os asiáticos), pedindo apenas umas promessas de
futuro fornecimento de petróleo. Tudo isto é fruto da descoberta do
pré-sal, fato que ocorreu sem nenhuma participação dos atuais administradores
que hoje querem colher os louros do que foi conquistado por outros.
Escondem
os fatos da empresa e inventam que estão recuperando uma companhia que nunca
precisou de recuperação. O pior é que não a defendem dos ataques da mídia
subserviente aos interesses estrangeiros.
Atualmente
a companhia está envolvida na elaboração de um novo plano de negócios para o
período 2019/2023. Por que não aproveitar o momento para enaltecer tudo de
positivo que temos pela frente? Em abril de 2018 entrou em operação a primeira
unidade de produção definitiva no campo de Búzios, muitas outras se
seguirão.
PRODUÇÃO RECORDE –
A previsão é de que em 2026 a produção brasileira seja superior a 5 milhões de
barris dia. Só o campo de Búzios (cessão onerosa) estará produzindo mais de 2,4
milhões de barris dia. Considerando que na cessão onerosa não haverá pagamento
de Participação Especial (é o que está estabelecido na Lei), qual será a
geração operacional de caixa da Petrobras naquela data? Por que isto não é
informado?
Os
relatórios de administração, ao invés de só dedicar capítulos à Lava Jato,
deveriam salientar as perspectivas futuras do pré-sal. Quais são as atuais
estimativas dos geólogos? Isto é o que deveria estar sendo divulgado aos sete
ventos.
O
novo plano de negócios deveria objetivar: a) Priorizar a volta dos
investimentos abandonando as atuais metas de alavancagem; b) Paralisar a venda
de ativos produtivos; c) Estabelecer uma política de preços que vise, em
primeiro lugar, atender à capacidade de pagamento do povo brasileiro; d)
Reconquistar o orgulho da Petrobrás, perdido pelos petroleiros e pelo povo
brasileiro.
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