O fascismo da esquerda hipócrita
19/10/2018 | 01:30
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A Luta Contra o Fascismo Começa Pela Luta Contra o
Bolchevismo. Este é o título de um panfleto escrito pelo marxista alemão Otto
Rühle em 1939, em um dos mais difíceis momentos da luta de resistência contra o
fascismo alemão: o nazismo. O referido texto coloca a Rússia na primeira linha
dos estados totalitários e como modelo para os países constrangidos a renunciar
ao sistema democrático para se voltarem para a ditadura. Afirma Rühle que
"a Rússia serviu de exemplo ao fascismo". O panfleto, desde o tão
vigoroso título, escancara uma verdade incômoda à esquerda majoritária
brasileira de hoje, que se agrupa sob a liderança do corrupto presidiário
ex-presidente Lula e se representa na candidatura do fantoche Fernando Haddad a
presidente da República.
Onde está, porém, o incômodo dessas denúncias antigas para a
campanha PT/Haddad? Está em que o bolchevismo é uma das matrizes doutrinárias
do PT e vários de seus dirigentes o declaram orgulhosamente, donde se vê que é
contrassenso que a principal linha estratégica do PT e seus satélites para esta
campanha consista em insultar seus adversários de "fascistas" e sob essa
alegação pretenderem criar uma "frente democrática" para conter seu
avanço. Vê-se também quão hipócrita foi a fala de Fernando Haddad quando - um
dia após o resultado das urnas que o levaram para o segundo turno -
apresentou-se como um candidato social-democrata. Como diz o ditado: "quem
não te conhece que te compre".
O fato é que foi como lobo em pele de cordeiro que o PT
iniciou a campanha de segundo turno. No dia 9 de outubro a Folha de S. Paulo
trazia uma entrevista com o governador do Ceará, o petista Camilo Santana, na
qual se lia, sobre Haddad, que ele "tem de afastar um pouco essa marca do
PT." O conselho parece ter sido acolhido, pois já nos deparamos com uma
nova logomarca da campanha do ex-(pior)prefeito: logo esta sem vermelho, sem
Lula e com as cores do Brasil.
Eis aí os principais elementos do teatro tétrico destas
eleições: o partido de origem bolchevique, que nunca teve respeito às
instituições, que se considera acima da lei e abaixo apenas do seu líder (que
lhe dita as ordens da cadeia); esse partido populista que comprou o congresso,
que respondeu pelo maior caso de corrupção da história - o PT do mensalão e do
petrolão -; esse partido que promove ideológica e financeiramente ditaduras
como a cubana e a venezuelana coloca-se hipocritamente como arauto e defensor
da democracia.
A elite pseudointelectual - usar esse termo me custou caro!
- muito bem apelidada de "esquerda caviar", cujos principais
representantes estão no meio acadêmico e artístico reproduzem, por sua vez,
essa farsa insuflando os jovens a uma batalha quase intergaláctica e
apocalíptica contra o fascismo. Reitores emitem notas públicas contra a
"onda conservadora" que coloca em risco a "democracia",
expondo desavergonhadamente seu viés político-partidário em total desrespeito
ao pluralismo acadêmico e ao princípio de neutralidade das instituições
públicas.
Certo mesmo estava Cid Gomes, pelo menos no seu último
rompante: quem criou o Bolsonaro foi o PT, que fez muita besteira, que
aparelhou as repartições públicas, que achou que era dono do País, que não fez
mea culpa, que não admitiu erros e que por isso vai perder a eleição.
- E o Lula?
- "Lula o quê?! O Lula tá preso, babaca. Vocês vão
perder. E é bem feito."
Catarina Rochamonte
Doutora em Filosofia e professora da Universidade Estadual
do Ceará - Uece
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