Abuso de autoridade e vingança na CPI


Se a comissão parlamentar de inquérito vem se notabilizando pelos excessos do seu relator Renan Calheiros (MDB-AL), que ameaça de prisão quem não responde o que ele deseja ouvir, hoje o senador Omar Aziz e sua colega Katia Abreu passaram dos limites.

O senador Omar Aziz interrompeu a inquirição do relator Renan Calheiros para admoestar o depoente de que ele estava sob juramento de dizer a verdade e teria mentido ao dizer que nunca tinha atacado a República Popular da China. Segundo Aziz, ele mesmo teria lido um artigo escrito por Araújo com ataques à China.

Mas, ao que parece, o senador leu e não compreendeu, já que o artigo não tinha ataques e tratava da tese de um filósofo que o então ministro comentou no artigo e que nada tinha a ver com a China.

Aziz ralhou com o depoente, que explicou em seguida do que se tratava seu artigo de forma bem clara. Aziz retomou a palavra e insistiu na sua tese da mentira e debochou do ex-chanceler.

KATIA ABREU

Ainda pior fez a senadora pelo Tocantins, Katia Abreu. A senadora, que foi vice de Ciro Gomes na chapa à Presidência da República em 2018 e é ardorosa defensora dos interesses chineses e do estado chinês, se valeu da condição de depoente de Ernesto Araújo para vingar-se da denúncia que ele fizera sobre uma conversa que teve com ela quando ainda era chanceler.

Na ocasião, Araújo denunciou que Katia Abreu fez lobby junto a ele sobre o 5G chinês. A denúncia foi seu último ato na cadeira de chanceler, pois os senadores pediram sua cabeça ao Presidente da República, sob pena de retaliações ao governo no Senado. Mas a demissão de Araújo não bastou para Katia Abreu.

A senadora pediu para falar na CPI da qual nem é integrante e teria 15 minutos para inquirir o depoente. Katia Abreu usou seu tempo (e ainda o excedeu em mais cinco minutos, com a tolerância da Presidência) para atacar aos berros o ex-ministro.

Nos seus ataques o chamou de leviano, disse que ele tem memória seletiva e desfiou uma série de acusações, deboches e tentativas de humilha-lo valendo-se do fato de que ele não teria oportunidade regimental de se defender, já que era apenas um depoente e só poderia falar para responder o que lhe fosse perguntado. Por questão regimental, o ex-ministro teve que se submeter calado à humilhação sem chance de se defender. A participação de Katia Abreu foi vingança, nada mais.



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