Venezuela - Um pouco de história
A Venezuela foi o primeiro país sul-americano a conquistar
sua independência da Espanha, em 1813, pelas mãos de Simon Bolívar. Em 1922,
descobriu-se a primeira grande jazida de petróleo, na cidade de Zulia. Em seis
anos, aquele país já era o segundo maior produtor de petróleo do mundo, atrás
apenas dos EUA. Durante a segunda grande guerra, foi o maior fornecedor de óleo
bruto aos americanos. Em 1945, produzia mais petróleo que todos os países do
Oriente Médio juntos. Em 1950, apresentava o quarto maior PIB per capita do
planeta.
A Venezuela era duas vezes mais rica que o Chile, quatro vezes mais
rica que o Japão e doze vezes mais que a China. Em 1960, junto com Arábia
Saudita, Irã, Iraque e Kuwait, fundou a OPEP. Em 1990, os venezuelanos eram, na
média, um povo rico. Contudo, pequenos bolsões de miséria ainda persistiam,
como de resto em todos os países da América Latina. Foi aí que, em 1998, surgia
um "Salvador da Pátria" que iria acabar com a pobreza do povo: Hugo
Chávez.
A partir de 1999 e durante os próximos dez anos, os
aumentos do preço mundial do petróleo fizeram de Hugo Chávez um homem muito
poderoso e multibilionário, que chegou a influenciar diretamente vários países
latino-americanos e até mesmo outros continentes, com suas doações de óleo em
troca de "serviços" - apoio a sua revolução bolivariana. A PDVSA,
estatal do petróleo venezuelana, foi precisamente o instrumento de que Chávez
se utilizou para a construção do "seu mundo". Como uma "vaca
leiteira", a empresa foi usada com propósitos político-ideológicos, mas
também para o luxo e a riqueza do núcleo duro do chavismo.
Em 1999, Chavez e
Fidel Castro assinaram um acordo, pelo qual a Venezuela remeteria 53 mil barris
de petróleo diários para Cuba, em troca do envio de 12 mil "médicos"
cubanos para a Venezuela. Essas remessas de petróleo chegaram a 100 mil barris
diários, mais que o consumo de toda a ilha caribenha, sendo que Fidel vendia o
excedente para outros países (atualmente há cerca de 60 mil cubanos na
Venezuela, controlando desde a segurança do presidente Maduro, até as forças
armadas e de inteligência). Chávez entregou aos cubanos toda a emissão de passaportes
e demais documentos de identificação. Além disso, deixou de investir dinheiro
no seu país, para comprar bilhões de dólares em títulos da dívida de países
amigos, como Cuba, Argentina, Bolívia e Equador.
O ditador venezuelano, no seu
delírio proto-comunista, estatizou todos os setores da agricultura, que foram
relegados ao abandono, assim como fábricas de alimentos, supermercados, redes
de rádio e TV. A maioria fechou. O resultado disso foi que, em menos de uma
década de chavismo, a proporção de alimentos produzidos na Venezuela caiu mais
de 60%.
A partir de 2008, a importação de itens básicos, como remédios e
alimentos, foi terceirizada para empresas estatais cubanas, como Alimport, Cuba
Control e Surimport, que cobram altas taxas de intermediação. Mais uma forma de
financiar a ditadura cubana.
No final de 2013, os preços do petróleo começaram
a cair, levando a Venezuela a atrasar seus compromissos internacionais. A
partir de 2014, com a posse de Maduro em função da morte de Chávez, a
destruição daquele país se acelerou.
A inflação chegou a 700%, e o índice de
desabastecimento chega a ser superior a 80%. Em 2017, a inflação chegou a
2.616%, a maior do planeta. Entre 2015 e 2016, 74% da população perdeu 8 quilos
ou mais, em função da fome. No final de 2016, 93,3% dos venezuelanos não tinham
como cobrir as despesas com alimentação para garantir uma dieta mínima de 2000
calorias. As pessoas passaram a abandonar seus animais de estimação nas ruas,
porque não tinham mais como lhes comprar ração.
Esses animais passaram a ser
caçados e abatidos para servirem de alimento à população faminta. Nem os
animais dos zoológicos foram poupados, bem como os famosos pombos que habitavam
as centenas de praças chamadas Simon Bolívar em todo o país. Em 2017, a
Venezuela teve de aumentar drasticamente sua importação de petróleo, devido ao
sucateamento da PDVSA, cuja direção havia sido entregue aos
"cumpanheros" dos sindicatos.
Adivinhem qual é o maior fornecedor de
óleo à Venezuela? Sim, o "grande satã" norte-americano. Segundo
Ricardo Haussman, da Universidade de Harvard, a tragédia venezuelana eclipsa
qualquer outra da história dos Estados Unidos, Europa Ocidental e do resto da
América Latina. Isso sem contar que a Venezuela se tornou um narco-estado,
sendo a maior exportadora da cocaína das FARC e da Bolívia para os cartéis de
drogas mexicanos e do norte da África. Chávez (enquanto vivo), Maduro, Cabello
e toda a cúpula militar venezuelana esteve ou está envolvida com o
narcotráfico.
Em 2015, dois sobrinhos de Maduro foram presos no Haiti por
agentes da DEA americana quando tentavam vender 800 kg de cocaína. Essa é uma
breve história de como um psicopata criminoso e seus asseclas conseguiram em
menos de 20 anos arruinar um dos países mais promissores da América Latina, com
sua utopia socialista.*
P.S. Todas as informações acima foram retiradas do livro
"HUGO CHÁVEZ, O ESPECTRO", do jornalista brasileiro Leonardo
Coutinho, cuja leitura eu muito recomendo.
Vale a pena a leitura
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