CNC na mira da Lava Jato
Lava Jato mira CNC que tem orçamento de R$5 bilhões e transações suspeitas
Repasse de 180 milhões para escritórios de advocacia levantou suspeitas que estão sendo averiguadas
A Lava Jato convidou o Vice-presidente financeiro da CNC – Confederação Nacional do Comércio, Luiz Gil Siuffo Pereira para esclarecer detalhes sobre o repasse de R$ 180 milhões do Sesc/Senac do Rio de Janeiro para escritórios de advocacia. A investigação da força tarefa sobre a Fecomércio do Rio continua. Os investigadores querem descobrir se o esquema criminoso montado por Orlando Diniz aconteceu em outros estados
A CNC já foi alvo de investigações. O ex-conselheiro da Fundação Perseu Abramo, Antônio Lisboa Cardozo, indicado pela CNC, favoreceu a Via Engenharia em processo que soma R$ 45 milhões e foi indiciado pela Operação Lava Jato.
O presidente da CNC, a 37 anos, Antônio Santos determinou pagamentos do Sesc à Fundação Perseu Abramo, órgão ligado ao PT, sob o argumento de financiar pesquisas. Esse pagamento está sob investigação em Brasília.
O Coronel do comércio, como Santos é conhecido, no comando da Confederação, tem 91 anos de idade, comanda a entidade que abriga o Sesc e o Senac. Dono de um patrimônio com endereços nobres no Rio de Janeiro, Vitória e São Paulo, além de um avião Cessna 182 e outros bens comanda um orçamento de R$ 5 bilhões arrecadados pela CNC em forma de imposto sindical e com a contribuição das empresas ao chamado Sistema S e usa critérios muito particulares para distribuir os recursos às 27 federações em todo o País. Onde há focos de oposição, Santos decreta intervenções e corta o fluxo de recursos.
Tanto tempo no poder faz com que Santos administre os recursos da entidade como se fosse seu próprio orçamento doméstico. Criou para a filha Ana uma estrutura do Sesc em Parati (RJ). O terreno onde um dos prédios foi construído estava anunciado por R$ 10 milhões, mas o Sesc Nacional pagou R$ 11 milhões pelo imóvel. Com a nora Chole Lerina, casada com Marco Antônio, o coronel foi mais contido. Abriu para ela uma sala no Sesc da Barra da Tijuca para que ali fosse instalado um brechó privado.
Há também suspeitas sobre a construção das torres da CNC em Brasília. A obra foi feita pela Via Engenharia e apenas os dois últimos prédios custaram R$ 200 milhões. A Lava Jato já investiga a Via Engenharia por conta de superfaturamento na construção do estádio Mané Garrincha, e os procuradores investigam os detalhes sobre as torres da CNC.
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