Sistema barra invasão de drone durante estadia de Bolsonaro em Guarujá, SP

Equipamento foi instalado na estrutura do Forte dos Andradas, próximo à praia, em Guarujá, SP — Foto: G1 Santos

Por José Claudio Pimentel
Um drone não militar foi interceptado nas proximidades do Forte dos Andradas, em Guarujá, no litoral de São Paulo, durante estadia do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O equipamento, que seria utilizado para captação de imagens, foi identificado por meio de uma barreira virtual, cujo sistema forçou o veículo controlado remotamente a retornar à origem.
A tentativa de invasão no espaço restrito ocorreu na quinta-feira (18), após a chegada de Bolsonaro. O presidente passou a folga do feriado prolongado de Páscoa na cidade, onde recebeu a visita da mãe, mergulhou no mar, embarcou em um navio da Marinha, reuniu-se com o presidente do Banco Central e pilotou uma moto pelo município.
Uma empresa de São Paulo foi contratada pelo Exército para a instalação da plataforma que barra a aproximação de aeronaves controladas remotamente em um perímetro estabelecido. Além disso, Aeronáutica e Marinha já tinham restringido os espaços aéreo e marítimo conforme protocolos de praxe para a segurança do presidente.
Fontes das Forças Armadas confirmaram a utilização do sistema no Forte dos Andradas, mas não detalharam o ocorrido. A assessoria do Planalto disse que somente o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência da República poderia falar a respeito. A assessoria da GSI declarou preliminarmente que não comentaria sobre o assunto.
A “bolha virtual” estabeleceu uma barreira invisível de 600 metros de raio, a partir da hospedaria do forte, e de 200 metros de altitude. A única tentativa de invasão, às 16h58 de quinta-feira, gerou um alerta pelo sistema, que prontamente neutralizou o veículo, evitou a aproximação dele e o fez retornar automaticamente para onde havia decolado.
“O sistema pré-programado de drones permite que o veículo, automaticamente, retorne de onde decolou seja por eventos diversos, como falta de bateria ou interferência. Nesse caso, ele encontrou uma barreria virtual que fez esse sistema próprio ser ativado”, declarou Gustavo Vicentini, CEO da empresa Techshield no Brasil.
Ainda segundo Vicentini, o fato foi registrado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), mas não ofereceu risco ao presidente. “O sistema identificou o drone para captação de imagens e cortou o sinal dele, o forçando a se afastar do local”, completou.
Vicentini explicou que o sistema utilizado no Forte dos Andradas é o mesmo em operação em bases militares americanas e em aeroportos do Reino Unido. O equipamento foi usado nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, pela delegação do Qatar. No Brasil, empresas utilizam uma versão semelhante para evitar acidentes nas plantas industriais.
Segundo as normas da Agência Nacional de Aviação (Anac), essas aeronaves não tripuladas podem atingir altitude máxima de até 120 metros, mediante licença, e não podem estar abaixo de 30 metros, se houver pessoas na aérea do sobrevoo. Não há informações de que o piloto do equipamento interceptado seja alvo de alguma investigação.
O valor do contrato firmado com a empresa paulista com as Forças Armadas para operação no sistema anti-drone no Forte dos Andradas não foi divulgado.

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