Quem é Gabriel Boric, presidente eleito de extrema esquerda do Chile
Desde 2011, a América Latina não era tão vermelha, mas parece retroceder. O líder estudantil de extrema esquerda Gabriel Boric, 35 anos, será o presidente do Chile pelos próximos quatro anos.
Furto
Em janeiro de 2005, os guardas do supermercado Líder, na cidade Punta Arenas, notaram que um jovem havia saído do estabelecimento com um vidro de álcool sem pagar. Levaram-no para a polícia e o ficharam por furto.
O caso não seguiu adiante devido ao princípio da insignificância. Anos mais tarde, o rapaz afirmaria ter cometido “um erro”. Seu nome: Gabriel Boric. O comportamento duvidoso parece ser de família.
Curiosamente, sua mãe fez exatamente a mesma coisa anos depois — no mesmo supermercado. Não foi a primeira vez. Em 2013, ela havia sido flagrada com cerca de R$ 250 em produtos surrupiados.
Em 2016, por ser reincidente, a Justiça determinou que ficasse um ano sem entrar no estabelecimento.
Condição financeira
Boric não é de família pobre. Seu pai foi gerente da Enap — equivalente à Petrobras. A condição financeira confortável permitiu que o garoto frequentasse o Colégio Britânico de Punta Arenas, no sul do país. Seu endereço à época, conforme consta no Boletim de Ocorrência, era o de uma mansão de dois andares de frente para o Pacífico.
Gabriel Boric na política
Boric apareceu na política em 2011, quando estudantes tomaram as ruas do país para protestar, entre outras coisas, contra a cobrança de mensalidades no ensino superior público (o que também existe em países de economia mais aberta, como os Estados Unidos). Em 2014, tornou-se deputado federal.
Longe de ser moderado, o partido de Boric, o Convergência Social, anuncia em sua plataforma a busca por “uma sociedade socialista, libertária e feminista”. O documento assusta ao falar em “socialização da produção”. O texto ainda critica a “aliança entre o patriarcado e o capital” e defende um projeto “continentalmente integrado”. Boric é uma espécie de Guilherme Boulos que deu certo.
Também sobrou, claro, para o presidente Jair Bolsonaro, classificado por ele como “racista, homofóbico” e adepto do “discurso de ódio”. Quando o brasileiro visitou o líder chileno Sebastián Piñera, em 2019, Boric se juntou aos baderneiros que organizaram um ato contra o presidente do Brasil.
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