CDC admite que escondeu dados do público sobre a vacina para não criar hesitação

 


New York Times publicou neste domingo (20-02) um artigo intrigante (aqui), que nos revela as múltiplas formas do sistema de nos contar ou ocultar uma história – quando lhes convém. 

Há muito tempo médicos e especialistas vêm em busca de mais transparência e informação de dados ( aqui ), para trazer respostas mais consistentes para o enfrentamento do Covid-19 e colocar um fim definitivo nesta pandemia.

Dados detalhados e oportunos sobre hospitalizações de indivíduos por idade e raça ajudariam as autoridades de saúde a identificar e ajudar as populações de maior risco. Informações sobre hospitalizações e óbitos por idade e estado de vacinação teriam ajudado a informar se adultos saudáveis ​​precisavam realmente de doses de reforço. 

O CDC  costumava liberar contagens reais das mortes de pessoas vacinadas contra o Covid, mas pararam em outubro, uma vez que mudaram a  definição  de “totalmente vacinado”, ou seja, pessoas com duas doses não seriam mais consideradas vacinadas perante as estatísticas ( aqui ) . Mesmo com tantos malabarismos não conseguiram  esconder o que estava acontecendo com os números.

Segundo a fonte de pessoas familiarizadas com os dados, na publicação do NYT deste domingo – durante esses dois anos inteiros de pandemia, a agência que lidera a resposta à emergência de saúde pública do país (CDC), publicou apenas uma pequena fração dos dados coletados –

Sem os dados de reforço para pessoas de 18 a 49 anos, os especialistas das agências federais de saúde tiveram que confiar nos números de Israel para fazer suas recomendações sobre as injeções. Segundo o Dr. Paul Offit, especialista em vacina e consultor da FDA; “confiar nos dados israelenses para fazer recomendações de reforço para os americanos não era o ideal. Israel define doença grave de forma diferente dos Estados Unidos, entre outros fatores.” (aqui)

O desempenho de vacinas e reforços, principalmente em adultos mais jovens, está entre as omissões mais gritantes nos dados do CDC.

No ano passado, a agência foi repetidamente criticada por não rastrear as chamadas “ breakthrough infection” (aqui) infecção causada pelo C-19 em americanos vacinados ( esse tipo de infecção vem se repetindo em todo o mundo) – e se concentraram apenas em indivíduos que ficaram doentes a ponto de  serem hospitalizados ou morrerem.

A agência  CDC apresentou essas informações somente como comparações de risco com adultos não vacinados, em vez de fornecer dados oportunos  e relevantes destes pacientes hospitalizados estratificados por idade, sexo, raça e status de vacinação.

Tais informações específicas ajudariam muito a descobrir o fim da pandemia, mas a agência suprimiu propositalmente as informações do público por medo de que elas fossem “mal interpretadas” e causassem “hesitação na vacina”.

Como disse a porta-voz do CDC Kristen Nordlund, a agência demorou a liberar os diferentes fluxos de dados “porque basicamente, no final do dia, ainda não está pronto para o horário nobre. A prioridade da agência ao coletar quaisquer dados é garantir que sejam precisos e acionáveis. Outra razão é o medo de que a informação possa ser mal interpretada


Através destas condutas nos faz pensar o óbvio: esconder os dados é a forma mais simples de mostrar que os dados não suportam as narrativas criadas por eles, acenar uma preocupação sobre uma potencial causa de “desinformação” e “hesitação” a vacina como justificativa para encobrir os dados é um tanto quanto suspeito. Esconder os dados do público já é grave, mas esconder os dados da comunidade científica – é ainda mais grave e nos faz pensar o pior. 

Alguns especialistas independentes em saúde pública ficaram surpresos ao saber que a informação e os dados existem, mas não foram colocados a disposição da comunidade científica pelo medo de alimentar ainda mais as “teorias complotistas” dos anti vacinas. Os especialistas colocaram em xeque a razão para qual não divulgá-los, supondo o uso indevido destes dados ou uma má interpretação, o risco muito maior é exatamente o contrário: ou seja, de não comunicá-los.

Dra. Yvonne Maldonado, presidente do Comitê de Doenças Infecciosas da Academia Americana de Pediatria, disse que tem sido difícil encontrar dados sobre a proporção de crianças hospitalizadas por conta do Covid que têm outras condições médicas. De acordo com uma porta-voz da A.A.PA, a equipe da academia pediu aos seus parceiros do C.D.C essa informação através de um telefonema em dezembro – mas a mesma foi informada de que estas informações não estavam disponíveis.


Se os dados que o CDC insiste em esconder fossem favoráveis a vacinação, é claro que eles já teriam liberado. A única maneira dos dados da vacina serem interpretados como ineficazes pelos “ disseminadores de desinformação” ou os famosos “fake news”  é se os dados apresentados mostrassem que as vacinas não funcionaram como eles imaginavam. 



https://karinamichelin.com/cdc-admite-que-escondeu-dados-do-publico-sobre-a-vacina-para-nao-criar-hesitacao/

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