Sidnei Gonzalez, diretor de projetos da FGV, é vizinho de Gilmar Mendes


Na semana passada, O Antagonista revelou que Sidnei Gonzalez, diretor de projetos da FGV, é vizinho de Gilmar Mendes num edifício em bairro nobre de Lisboa e que já organizou 11 seminários em parceria com o IDP.

O Antagonista descobriu agora que Sidnei tem um sobrinho advogado chamado Thiago Gonzalez Queiroz, que foi recentemente beneficiado por Gilmar num ação que chegou a seu gabinete.

O caso se refere a pedido de indenização movido pela Açopart Participações contra o BNDESPar por irregularidades na privatização da Companhia de Ferro e Aço de Vitória (Cofavi), em 1989.

A empresa alega que, depois de comprar a estatal, descobriu em sua contabilidade um passivo oculto de US$ 35 milhões – valor que, corrigido, alcança hoje a assombrosa cifra de R$ 612 milhões.

A União tentou entrar como parte interessada nos autos, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça do Rio. Recorreu então ao STJ e ao STF. Quando o recurso extraordinário chegou a seu gabinete, Gilmar o remeteu ao TRF-2 por entender que o caso seria de competência da Justiça Federal.

A decisão de Gilmar foi em agosto. No mês seguinte, o escritório de Arnoldo Wald, responsável pelo recurso, contratou o advogado Marcus Vinícius Furtado, ex-presidente da OAB.

Em novembro, Furtado passou procuração a Thiago Gonzalez Queiroz, o sobrinho de Sidnei da FGV. Eles entraram com nova petição questionando Gilmar, sob a alegação de que a União havia perdido o prazo processual e que, portanto, não caberia enviar o recurso ao TRF-2.

Em março, Gilmar admitiu o erro e reconsiderou sua decisão.

Por meio da assessoria, Marcus Vinícius disse que contratou Thiago por sua especialidade em direito empresarial. Thiago não retornou os contatos de O Antagonista.

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